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quinta-feira, 5 de julho de 2012

FUTEBOL Jerónimo Poeiras, presidente do Paio Pires

 “Temos dificuldades mas não temos dívidas”

O Paio Pires Futebol Clube, que no passado dia 6 de Junho fez 87 anos de vida, assinalou a efeméride na passada sexta-feira com a realização da habitual sessão solene que contou com a presença de algumas dezenas de associados e algumas personalizadas, de onde se destacam o vereador da Câmara Municipal do Seixal, Jorge Gonçalves; o presidente da Junta de Freguesia de Aldeia de Paio Pires, Fernando Gomes; e um representante da Associação das Colectividades do Concelho do Seixal. No final, foram todos convidados a cantar os parabéns e ao mesmo tempo a saborearem uma fatia de bolo devidamente decorado com o emblema e as cores do clube. E, o DIÁRIO DA REGIÃO aproveitou para falar com os principais responsáveis pela gestão do clube aldeano, o presidente, Jerónimo Poeiras e o vice-presidente desportivo, José Carlos Costa. 

 "A nível financeiro o ano foi muito complicado"

 O presidente do clube começou por dizer ao nosso jornal que o último ano de vida do clube “foi o mais complicado de todos aqueles que por cá já passámos, sobretudo a nível financeiro, porque as empresas não têm condições para nos auxiliar como faziam anteriormente. De qualquer modo, é bom que se diga que, em termos desportivos, isso não teve qualquer influência no rendimento da equipa. Chegámos a andar lá por cima e acabámos a meio da tabela mas nada teve a ver com a falta de pagamento de ordenados, como se chegou a dizer por aí, porque os nossos jogadores jogavam todos de borla. E, também não despedimos o treinador, foi o país que o obrigou a sair pelo facto de ser funcionário público. Se calhar, foi isso que fez com que não fossemos mais um a incomodar o Barreirense”. O momento actual do país é crítico e isso está a causar efeitos negativos na vida de muitos clubes que nesta altura estão a ponderar a suspensão da sua actividade a nível de seniores. Mas, essa é uma questão que não se coloca ao Paio Pires porque o clube, que ainda não há muito tempo se viu obrigado a tomar uma posição idêntica, presentemente não tem dívidas. “O Paio Pires tem dificuldades como todos os outros. A grande diferença é que vive com aquilo que tem e não acima disso, como muitos fazem. No final de cada época ficamos sem dinheiro mas não temos dívidas. E, é isso que importa”, disse com orgulho Jerónimo Poeiras que, entretanto, se mostrou preocupado em relação ao futuro porque o clube tem apenas 600 sócios e não tem fontes de receita. “De momento, está tudo controlado e não temos problemas, mas não sei como vai ser a partir de Dezembro que é talvez o período mais crítico para os clubes de futebol pelo facto dos meses de Agosto e Setembro serem terríveis, devido ao custo das inscrições dos jogadores. É extremamente complicado que clubes como o Paio Pires possam projectar o futuro”, afirmou. Na sessão solene, as autarquias prometeram continuar a dar apoio, mas a verdade é que ele é cada vez mais escasso e isso começa a preocupar. “Só temos que agradecer e estar solidários com eles mas na realidade o que nos dão é insuficiente porque a nossa principal missão consiste na oferta da prática desportiva à população e em especial aos seus filhos. Enquanto cá estivermos, para nós o mais importante é sempre a formação”, disse o presidente do clube.

"Paio Pires joga sempre para ganhar"

 Numa breve antevisão sobre aquilo que pode vir a ser a próxima temporada, o vice-presidente desportivo José Carlos Costa adiantou que o Paio Pires vai tentar fazer uma boa época. “A nível de seniores, temos um novo treinador em que depositamos grande confiança. Como temos um grupo de trabalho formado por pessoas de alto nível e conversamos muito com os jogadores, principalmente com os capitães de equipa, podemos dizer que foi uma escolha que mereceu grande consenso. Neste sentido, vamos apostar na continuidade e tudo faremos para continuar com a maior parte dos atletas que fizeram parte do plantel da época passada”. Com a descida de clubes que estavam na 3.ª divisão nacional e um ou outro que se apresenta com mais argumentos, o campeonato da próxima temporada é apontado como muito complicado, mas isso não tira o sono aos paiopirenses. “Prevê-se uma época complicada ao nível de uma 3.ª divisão nacional onde cada um joga com aquilo que tem. O Paio Pires joga sempre com intenção de ganhar. Por isso, estou esperançado na realização de uma boa época”, disse José Carlos Costa. No que respeita aos escalões mais jovens, o vice-presidente desportivo do clube é peremptório: “o nosso pensamento para o ano é tentar a subida de divisão nos juniores, juvenis e iniciados. Quanto aos benjamins e infantis é uma lotaria, temos boas equipas mas não apostamos só nas vitórias, o mais importante é a formação”. Os cerca de 180 miúdos das escolas de formação, número que tem aumentado de ano para ano, depois da implementação do relvado, estão a criar alguns problemas devido à falta de espaço para treinar. “Há um terreno atrás dos balneários que pode ser aproveitado. Basta apenas que ali seja colocada terra. Já manifestámos esse desejo à CM Seixal, agora estamos à espera”, afirmou. Em relação ao futebol feminino, José Carlos Costa diz que “foi uma escolha muito feliz. Tínhamos duas equipas de futsal que davam pouca visibilidade porque treinávamos e jogávamos fora de Paio Pires. O futebol feminino é diferente porque nos dá uma projecção a nível nacional. Somos a única equipa do concelho e depositamos nela grande confiança. A época passada foi a época zero que serviu sobretudo como aprendizagem. A partir de agora tudo vai ser diferente. Creio que estão reunidas as condições para fazermos uma boa temporada. Vamos apostar forte na constituição da equipa”.

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