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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

AMORA»»» José Mendes desgastado prepara sucessão

 Jogo com o Barreirense poderá ser
o último no actual Estádio da Medideira

Com vários processos em tribunal, uma insolvência marcada para o dia 7 de Setembro, penhoras, dividas ao fisco, luz cortada e o Estádio da Medideira à venda, o clube aceitou participar no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. A viabilização do Projecto Medideira XXI poderá ser a tábua de salvação do histórico clube da margem sul do Tejo. 

 O Amora Futebol Clube, depois de quatro épocas no futebol distrital, está de regresso às competições nacionais aproveitando o convite feito pela FPF após a recusa de alguns clubes em participar no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão Nacional. Fundado em 1 de Maio de 1921, o Amora é um dos históricos do nosso futebol com três presenças no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, duas na 2.ª Liga, 23 na 2.ª Divisão B e 27 na 3.ª Divisão Nacional. No seu palmarés conta com dois títulos de campeão nacional da 2.ª Divisão e um da 3.ª Divisão, para além de quatro campeonatos distritais da 1.ª Divisão da AF Setúbal.

A viver momentos complicados devido a actos de gestão nem sempre bem conseguidos, com vários processos em tribunal, uma insolvência marcada já para 7 de Setembro, penhoras, dividas ao fisco, com a luz cortada e o Estádio da Medideira em deficientes condições de utilização, o clube acaba de conseguir um importante acordo com a Câmara Municipal do Seixal para a utilização durante a época desportiva de 2012/2013, do Complexo Municipal Carla Sacramento, que passa assim a ser a sua casa para a realização dos jogos relativos à competição onde se encontra inserido. Alheio a todos estes problemas e contrariamente à ideia de grande parte dos seus associados, o presidente do clube, José Mendes, aceitou o desafio de entrar no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, depois da recusa do Vasco da Gama de Sines que se havia classificado à sua frente na 1.ª Divisão da AF Setúbal.

 “Subida de divisão veio no momento certo” 

 “Esta subida de divisão veio no momento certo. E, termos ficado na Série E, foi muito bom porque é muito vista pelo público, empresários e muito desejada pelos jogadores que, de forma quase gratuita, estão disponíveis para jogar. No distrital, para ter uma equipa para subir, tínhamos que ter os melhores e isso custaria dinheiro. Esta é a equipa mais barata de sempre do Amora. Custa cerca de 25% menos que a do ano passado”, começou por dizer ao nosso jornal José Mendes que está na liderança do clube há 12 anos. “Se o campeonato terminasse hoje provavelmente ficaríamos em último lugar mas, no derradeiro jogo do campeonato, o Amora vai estar nos lugares da frente a disputar a subida de divisão”, afirmou.

José Mendes refuta as acusações que lhe são feitas pelo facto de ter aceite o convite da FPF. “Não tenho conhecimento disso. Quem está contra, são pessoas que há muitos anos estão sempre contra tudo, pessoas que esperam que o clube acabe e que o clube vença. O presidente do Amora não pode andar distraído. Só teve que aproveitar a oportunidade que surgiu na altura em que o V. Gama se atrapalhou e pediu mais 24 horas. Se calhar a má decisão foi deles porque partiram do princípio errado que é mais fácil subir no distrital que na 3.ª Divisão. Mas, não é bem assim porque as receitas são superiores. Só um jogo da Taça de Portugal dá 3 mil euros; isto é, mais que a toda a receita da época no distrital. As pessoas que me criticam vão às Assembleias Gerais e perguntem pela receita de bilheteira deste ano e comparem-na com a do ano passado para confirmarem o que estou a dizer. Estamos muito satisfeitos por estar na 3.ª Divisão assim como ficaremos ainda mais satisfeitos se para o ano estivermos na segunda divisão”.

 “Venda do Estádio pode estar eminente” 

 O líder amorense chama entretanto a atenção dos associados do clube para o facto do jogo com o Barreirense poder vir a ficar na história por ser “muito provavelmente o último a ser realizado no actual Estádio da Medideira” que se encontra à venda. “Isso tem acontecido com alguma frequência mas até agora temos resolvido todos os problemas se qualquer dia tivermos que resolver de forma diferente, e isso pode estar eminente, será sempre para bem do Amora porque irá resolver os problemas que tem pela frente e possibilitar a viabilização do Projecto Medideira XXI, que engloba um grande complexo desportivo, com piscina”. O autor do projecto, arquitecto José Pequeno, é mesmo apontado pelo actual presidente do Amora como a pessoa mais indicada para suceder ao seu lugar que deve abandonar, em Junho do próximo ano.

 José Pequeno é o homem mais indicado
 para unificar o Amora real e o Amora virtual

O José Pequeno, que é uma pessoa muito estimada e um sócio muito carismático do clube, será a pessoa certa para a etapa que o Amora deverá viver depois da minha saída que estava prevista já para este ano mas que dadas todas as dificuldades no terreno devido a processos jurídicos vou ficar até Junho do próximo ano. O José Pequeno será a pessoa adequada para interpretar a fase da renovação, da modernidade e da construção do novo estádio. Sendo ele o autor do projecto é também o homem mais indicado para unificar o Amora real e o Amora virtual (da Internet)”.

José Mendes confessou também ao nosso jornal sentir-se desgastado pelo facto de estar há tantos anos no clube. “Sim, sinto-me desgastado. E, penso que está na altura de prepararmos com sabedoria a substituição para uma nova liderança que interprete a modernidade”. Adiantou igualmente que se mostra preocupado com o que vem por aí nos próximos dias. “É evidente que estou preocupado porque vou ter que lutar por um dinheiro que não tenho no bolso. Mas, até hoje já fomos a mais de 100 processos e conseguimos sempre arranjá-lo. Por isso, não vamos perder a esperança”. Com tantos problemas por resolver a vida do clube não está fácil mas mesmo assim José Mendes continua a dizer que o Amora está vivo e recomenda-se. “O grande problema poderá estar relacionado com o rescaldo do Totonegócio. Se a FPF não respeitar o acordo que fez com a Liga, que consiste em pagar a diferença da receita, o Fisco poderá colocar em causa o projecto de futuro que o clube tem”.

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