- JORNAL DE DESPORTO

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domingo, 2 de setembro de 2012

AMORA Em carta dirigida aos associados e simpatizantes

 José Pequeno clarifica a sucessão
de José Mendes na presidência do clube

O JORNAL DE DESPORTO publicou na passada 5.ª feira uma entrevista com o presidente do Amora, onde foram abordados vários assuntos relacionados com a vida do clube, nomeadamente a sucessão de José Mendes. O nome do arquitecto José Pequeno, autor do Projecto Medideira XXI, foi avançado pelo presidente do Amora como a pessoa mais indicada para suceder-lhe no cargo por se tratar de “uma pessoa muito estimada e um sócio muito carismático do clube. Será a pessoa certa para a etapa que o Amora deverá viver depois da minha saída. Sendo ele o autor do projecto é também o homem mais indicado para unificar o Amora real e o Amora virtual (da Internet)”. Perante estas declarações, José Pequeno considera ser absolutamente fundamental esclarecer integralmente e o mais rapidamente possível, esta questão. “Foi uma sugestão que o José Mendes lançou com a melhor das intenções mas, efectivamente, não existia qualquer compromisso, daí a carta que escrevi”, disse.

Eis, a carta escrita por José Pequeno:

ESTIMADOS AMORENSES, SÓCIOS E SIMPATIZANTES DO AMORA FUTEBOL CLUBE

No âmbito de uma entrevista recente proferida pelo presidente da direção, José Mendes, foi mencionado e sugerido o meu nome como potencial sucessor na gestão do clube. Tal leva-me a escrever a presente carta, como forma de rapidamente esclarecer esta questão, não deixando o menor espaço a equívocos ou interpretações erróneas que daí possam resultar.

Pese embora a honra e o privilégio que sinto por me ser depositada tal confiança por parte do presidente José Mendes, que muito respeito, – e com quem tenho uma relação de confiança e amizade mútuas, sedimentada ao longo dos anos a partir do esforço conjunto pela viabilização do projeto Medideira XXI e da atitude genuinamente construtiva e íntegra que sempre testemunhei no âmbito deste processo –, a verdade é que esta questão não se coloca, nem tão pouco se colocará.

Seria uma honra para mim, um dia, poder assumir tal responsabilidade, perante os amorenses, na gestão do Amora Futebol Clube, e se fosse essa a decisão dos associados no seguimento, não de uma sugestão, mas de um esclarecimento programático generalizado, transparente e consistente perante todos. Contudo, este não é o momento, e existem 3 razões, qualquer uma delas suficiente por si só para sustentar a minha afirmação:

1. Atualmente, os meus compromissos profissionais e pessoais não permitem que assuma um desafio que, para ser sério, não pode ser encarado senão em disponibilidade integral;

2. O meu envolvimento com o projeto Medideira XXI requer um distanciamento obrigatório face a qualquer acto de gestão do clube. Essa é a única forma de garantir a credibilidade e confiança do processo perante todas as entidades e parceiros que nos venham a privilegiar com o seu envolvimento. Não é possível “fundir” duas entidades incontornáveis – a direção do clube e a equipa de gestão projeto –, que têm cada qual o seu papel e utilidade específicos neste processo, ambas contribuindo conjuntamente para o enriquecimento crítico das propostas e das soluções;

3. Tal representaria um evidente conflito de interesses, eticamente inaceitável para mim. Pese o contributo totalmente voluntário desde 2004 até hoje, existirá um momento em que a viabilização e implementação do processo exigirá um envolvimento totalmente profissional de todas as partes envolvidas. Esse será o “ponto de não-retorno” do projeto – o momento que todos desejamos que possa vir a concretizar-se.

 Ao longo dos anos, sempre fiz questão de nunca assumir qualquer cargo dirigente ou de gestão no clube – não por falta de vontade e gosto – de modo a manter a credibilidade do meu único foco e compromisso, o qual sempre esteve exclusivamente relacionado com a concretização do projeto que, espero, possa vir a viabilizar o futuro do Amora Futebol Clube. Tal nem sempre tem sido visível, num processo que tem representado uma prova de resistência, persistência, adaptação e crescimento ao longo dos últimos 8 anos. Acredito que se aproxime uma fase decisiva na qual os amorenses venham a ser, obviamente, chamados a discutir, sufragar e validar todo o processo – tal, como compreenderão, constituirá um sinal extremamente positivo no dia em que vier a acontecer. Não obstante, existem momentos em que as negociações, as possibilidades em equação, e as suas complexidades, obrigam a alguma descrição e consequente menor exposição pública, quando não um sigilo absoluto. Infelizmente, não lográmos ainda ultrapassar essa fase, e este é o único motivo para que o projeto não seja neste momento mais visível e discutido. Tal não significa que, como admito que possa interpretado, o projeto não esteja em discussão e desenvolvimento. Da minha parte, estarei sempre disponível para, dentro da possibilidade dos limites atrás mencionados, esclarecer acerca da evolução do processo, seja em Assembleia Geral, ou em outro qualquer modelo ou ocasião.

Importa contudo sublinhar que o trabalho e o foco que tem vindo a ser desenvolvido – em sintonia total e absoluta com a direção do clube e com a autarquia – não tem, nem nunca teve, como destinatário uma direção ou uma liderança, mas sim o Amora Futebol Clube enquanto clube, e consequentemente como um todo. Falamos, obviamente, de um projeto supra - diretivo. E que, obviamente, nunca teve outro objetivo ou segunda intenção que não a de proporcionar um futuro sustentado ao Amora Futebol Clube e a toda a população da região.

Em face, e na sequência, de tudo o que acabei de referir, acrescento pois dois compromissos, que não tenciono falhar:

1. Jamais assumirei no clube qualquer cargo de gestão enquanto estiver relacionado com o Projeto Medideira XXI;

2. No que de mim depender, não tenciono abandonar ou desistir do projeto Medideira XXI – tal como não o fiz nos últimos anos – enquanto ele não for uma realidade palpável na vida dos amorenses, e dos munícipes do Concelho do Seixal.

Antes de concluir este texto, queria destacar o contributo e o esforço da Câmara Municipal do Seixal, nomeadamente na pessoa do Vice-Presidente e Vereador Joaquim Santos, pela disponibilidade no sentido de trabalhar e encontrar as melhores soluções para o processo. Existe uma crescente relação de confiança e envolvimento que em muito aumenta a credibilidade do desafio e as suas probabilidades de sucesso. Acredito genuinamente que o Amora Futebol Clube e a Câmara Municipal do Seixal trabalham hoje como uma equipa, em sintonia, e em prol da população do Concelho e da Amora.

Por isso, peço-vos a todos que acreditem no projeto e no clube, independentemente do elenco diretivo que esteja ou que venha a estar nos comandos do Amora Futebol clube. Tenho a esperança que este desafio possa, efetivamente, ser um elo de união entre todos e que, finalmente, o Amora poderá assumir e exponenciar a nível nacional todo o seu desígnio desportivo, social e cultural, não só de uma cidade ou de um concelho, mas sobretudo de uma região. Porém, tal só será possível com o apoio de todos.

Muito obrigado.
Saudações amorenses,
José Pequeno, sócio nº 213

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