Ilídio Pereira, o árbitro da partida, não viu bem o filme e no relatório do jogo mencionou situações incorrectas sendo o caso mais flagrante o facto de ter passado o treinador do Paio Pires da situação de agredido a agressor, resultando daí o arquivamento do processo por parte do Conselho de Disciplina da AF Setúbal.
O caso já deu muito que falar, fez correr muita tinta e mereceu comentários pouco correctos. Mas, como se costuma dizer, a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. Foi o que aconteceu exactamente neste caso em que o treinador do Paio Pires, Eduardo Santos, se viu envolvido por um árbitro que deturpou por completo o relatório do jogo disputado no Campo Vale da Abelha, no dia 16 de Dezembro de 2012, entre o Paio Pires e o Desportivo de Portugal, a contar para a 10.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, que culminou de forma inexplicável com xutos e pontapés.
“A acusação de que é alvo
não tem qualquer fundamento”
Agora que tudo está já decidido Eduardo Santos resolveu falar sobre o assunto para que não fiquem dúvidas sobre a sua postura e ao mesmo tempo alertar as entidades oficiais para o facto de nem sempre corresponder à verdade aquilo que os árbitros dizem ou escrevem, como ficou comprovado. “Para minha surpresa, e após recepção do boletim de jogo, verifiquei que fui considerado expulso. Por inerência dessa expulsão e mais uma vez estupefacto, foi-me instaurado um processo disciplinar. Aguardei tranquilamente pela notificação do Conselho de Disciplina para saber o motivo de tal decisão. Deleguei no meu advogado Dr. Rui Belchior poderes para efectuar todas as diligências probatórias em defesa do meu bom nome e reputação. Após audição das testemunhas e analisada toda a documentação apresentada para apuramento da verdade pura dos incidentes, o Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Setúbal elaborou o acórdão que passo a citar: Ouvidas as testemunhas e analisada toda a documentação no apuramento da verdade pura dos incidentes, admite-se haver factos que possam ter sido mencionados por excesso. Assim face ao exposto, quer pelo árbitro, quer pela força policial quer pelas testemunhas arroladas no processo, o então arguido senhor Eduardo Santos, treinador do Paio Pires F.C. e também pelos documentos existentes no processo, a acusação de que é alvo não tem qualquer fundamento, sendo o dito treinador isento da culpabilidade que lhe é imputada, sendo o respectivo processo arquivado”.
“Sou pessoa respeitadora e respeitada”
Posto isto, Eduardo Santos deixou bem expresso o seu sentimento: “Como esperava, foi reposta a verdade dos factos, sendo eu isento de culpa e o respectivo processo arquivado. Sou treinador à quase 30 anos, habilitado com o nível PRÓ UEFA (III nível em Portugal) tendo treinado equipas desde a Distrital até à 2.ª Divisão Nacional (actual 2.ª Liga) e nunca me tinha visto envolvido num processo disciplinar. Sou pessoa respeitadora e respeitada, sempre pautei a vida pelos ditames da integridade, do respeito e da dignidade. Fui director bancário até há relativamente pouco tempo e actualmente sou empresário. Por tudo isto, e sabendo que sou pessoa considerada no meio social, onde me insiro, não poderia calar a minha indignação pela barbaridade de que fui acusado. Deixo aqui um apelo para que situações destas não se venham a repetir”.