“O meu sonho é tornar-me treinador profissional de futebol”
Pedro Macedo tem 38 anos é natural de Sesimbra e como desportista representou sempre o clube da sua terra. Começou a jogar nas camadas jovens e degrau a degrau foi subindo até aos seniores e como treinador teve um percurso semelhante, só que neste momento não se encontra no activo porque na época passada foi demitido do cargo. Habituado a viver no mundo do futebol por influência do pai, também ele um fervoroso e aguerrido sesimbrense, é natural que esteja a sentir a falta do cheiro da relva. O JORNAL DE DESPORTO sabendo da sua vontade em regressar ao activo foi ao seu encontro e ficou a saber que tem aproveitado o tempo para frequentar algumas acções de formação e que teve a oportunidade de estagiar num clube da 1.ª liga portuguesa com o objectivo de se manter actualizado para poder concretizar o seu sonho que passa por ser treinador profissional de futebol. Enquanto isso não é possível Pedro Macedo mostra-se receptivo a convites de quaisquer clubes porque o mais importante é regressar ao mundo do futebol e fazer aquilo que mais gosta.
“Estou sempre atento ao telefone”
Que é feito de si. Está sem treinar desde o início da época passada. A que se deve este afastamento dos relvados, por opção própria ou por força das circunstâncias?
Continuo a ser um treinador de futebol que vive esta actividade com a mesma ou maior paixão pela modalidade, essencialmente pelo treino de futebol, mas que se encontra no sofá. Neste quase um ano de inactividade, aproveitei para frequentar mais algumas acções de formação e para fazer um estágio num clube da 1.ª liga portuguesa. Na realidade, estou sem treinar desde o dia 25 de Novembro de
2013, dia em que o meu anterior clube, GD Sesimbra, decidiu dispensar a equipa técnica que iniciou a temporada 2013/2014, composta por mim e pelo meu adjunto, Jorge Zegre. Foi uma situação inesperada e difícil para nós, uma vez que não era nossa intenção abandonar o barco. Esperávamos
que houvesse maior compreensão da direcção, nomeadamente com uma reavaliação do plantel, situação que não se veio a verificar, contrariamente ao que veio a acontecer depois. Com a entrada de nova liderança técnica, chegaram os reforços, dando razão às minhas pretensões. É o futebol!
Não está nos seus horizontes voltar a treinar?
Claro que mantenho no horizonte voltar a treinar. Aliás, estou sempre atento ao telefone. Passado uma semana de terem prescindido dos meus serviços, tive um convite concreto, cheguei a estar reunido com os responsáveis desse clube nas suas instalações, acertando pormenores, mas inesperadamente, uns dias depois, ligaram-me declinando a hipótese. A minha orientação exige que volte a treinar. Há 13 anos que sou treinador e desde então tenho aprofundado os conhecimentos (das mais variadas formas) e aumentado a vontade e desejo de cumprir o sonho de me tornar treinador de futebol profissional, embora tenha a noção das dificuldades e obstáculos que existem para atingir essa meta. Por isso, voltar a treinar é não só um desejo como uma necessidade, que, por enquanto, anseio que se torne realidade o mais breve possível.
Não me revejo regressar ao GD Sesimbra, num futuro próximo
O seu percurso como jogador e como treinador passou sempre pelo GD Sesimbra e por diversos escalões, até chegar aos seniores. Está preparado para abraçar um projecto noutro clube ou o seu objectivo passa por regressar ao GD Sesimbra que é o seu clube do coração?
É um facto que sempre representei o GD Sesimbra, na qualidade de jogador e treinador.
Surgiram algumas hipóteses de sair mas decidi sempre pela estabilidade, embora ainda jovem, e após alguns treinos efectuados, pudesse ter acompanhado o meu ex-colega Sérgio Marquês (actual treinador adjunto do CD Mafra), aquando do seu ingresso no Estrela da Amadora na altura treinado pelo mister Miguel Quaresma, actual treinador adjunto do mister Jorge Jesus. Sempre fui associado ao GD Sesimbra, até porque desde os 3 anos de idade que vivi naquela casa, primeiro acompanhando o meu pai como atleta, passando por jogador e, por fim, como treinador, devendo muito ao clube mas por outro lado acredito que o clube está grato por tudo o que dei aquela instituição. Contudo, sou treinador de futebol, e os treinadores são do clube que representam. Tenho como pretensão voltar ao activo, encontrando-me disposto e disponível a abarcar um qualquer novo projecto num qualquer outro clube. Isto, porque não pretendendo fechar as portas a nada nem ninguém. Não me revejo regressar ao GD Sesimbra, num futuro próximo.
Qual o escalão que gostaria de treinar?
Como refere, tive uma passagem por quase todos os escalões de formação e com naturalidade atingi o futebol sénior. Confesso que senti algumas saudades do futebol de formação, que do meu ponto de vista é apaixonante e reconfortante, mas ao chegar ao patamar sénior, em que a competitividade é permanente e diária, considero o escalão que tenciono regressar. Todavia, como referi anteriormente, não descarto qualquer possibilidade que possa surgir.
“Surpreendido com a qualidade existente no futebol distrital”
Tem acompanhado o futebol distrital, apesar de não se encontrar no activo?
Admito que, como treinador, apresento algum desconhecimento do futebol distrital porque, nas três épocas que desempenhei funções no futebol sénior, apenas uma (2013/2014, até 6ª jornada) decorreu na 1ª divisão distrital, uma vez que nas duas primeiras épocas, fui treinador-adjunto do mister Manuel Correia e em seguida, treinador principal, ambas na 3ª divisão nacional. Assim, este período de ausência tem servido essencialmente para obter e aperfeiçoar o reconhecimento sobre algumas equipas e jogadores. A nível distrital, com a observação semanal de muitos encontros, adianto que tenho ficado agradavelmente surpreendido com a qualidade existente.
Que terá ficado ainda por dizer nesta pequena conversa?
Antes de mais, agradecer a oportunidade concedida pelo Jornal de Desporto para a realização desta entrevista. Além disso, felicitar os criadores deste blog pelo excelente trabalho desenvolvido em prol do desporto distrital. Estou certo que serve os interesses de muitos agentes ligados a este fenómeno, onde me incluo. Quando estamos inactivos são muito poucos aqueles que se lembram que existes, sentes-te aborrecido por não fazeres o que gostas e sobretudo por teres a consciência que tudo fizeste com a máxima entrega e dedicação. Por isso, foi com agrado que recebi o contacto do Jornal de Desporto. Por último, aproveito a ocasião para desejar uma boa temporada a todos os agentes desportivos envolvidos.
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