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sexta-feira, 5 de junho de 2015

CN JUVENIS»» C. Piedade garante manutenção

Depois de alguma instabilidade inicial…

EQUIPA TEVE UMA PRESTAÇÃO FANTÁSTICA NA FASE DE MANUTENÇÃO


A época foi atribulada devido à instabilidade gerada pelas constantes mudanças de treinadores que motivaram também a saída de alguns jogadores. A equipa que tinha qualidade começou a desmembrar-se e as coisas começaram a ficar complicadas até à altura em que o responsável pelo futebol juvenil do clube resolveu entregar o comando técnico da equipa a Marco André Santos que desempenhava o cargo de director.

A equipa foi reformulada, o ambiente no balneário tornou-se mais saudável e os resultados começaram a melhorar de tal forma que falhou por um triz [um ponto] a conquista do primeiro lugar na Série E da fase de manutenção do Campeonato Nacional.

Terminada a competição impunha-se ouvir Marco André Santos para saber como foi possível dar a volta à situação…

“A chave do sucesso foram os jogadores”

A equipa de juvenis A do C. Piedade teve uma época algo conturbada a nível de treinadores mas depois conseguiu estabilizar e acabou por realizar uma excelente segunda fase. Qual foi a chave do sucesso?
Sou peremptório em afirmar que a chave do sucesso foram os 18 miúdos fantásticos que realizaram os últimos quatro meses da época. A vontade, o querer e a motivação que consegui incutir no grupo em terminar a época com honra e de cabeça levantada, fizeram o resto.

Quando tomou conta da equipa o plantel era reduzido e a diferença para a linha de água relativamente curta. Como é que foi possível ultrapassar a situação?
No minuto em que o senhor Gouveia me convidou para orientar a equipa, a minha preocupação foi em (re) formar o plantel. Era director da equipa desde o início da época com o treinador Ricardo Silva e tinha conhecimento de todas as saídas do grupo e das que estavam eminentes. Peguei no telefone para chamar jogadores que já tinham abandonado o grupo e também consegui convencer a ficar os que estavam de saída. Ao todo consegui formar então um grupo de 19 jogadores, sendo que um dos guarda-redes subiu ao plantel de juniores e ficaram então os 18 fantásticos. Os jogadores motivados com a saída do anterior treinador e satisfeitos (penso eu) com a minha mudança de funções começaram tudo do zero como da primeira jornada se tratasse e como se todas as equipas tivessem zero pontos. E, assim, passámos de sete pontos de avanço da linha de água à 2.ª jornada para 20 pontos de avanço à 14.ª jornada.

Tozé Gouveia toma decisão importante

Segundo consta o grande responsável por tudo isto foi clube Tozé Gouveia que acreditou em si entregando-lhe o comando técnico da equipa quando exercia as funções de director. Isto corresponde à realidade?
Sim, sem dúvida. O senhor Gouveia [ou Tozé, como é tratado no nosso balneário] foi um pilar fundamental e fantástico nesta campanha. Além dos jogadores que ficaram até ao fim, apenas nós os dois estivemos em todos os momentos da época com os outros três treinadores escolhidos e assumidos pelo senhor Gouveia que vendo o estado em que o treinador anterior tinha deixado a equipa decidiu que era imperativo mudar. Chegámos à conclusão que não havia tempo para novo treinador e nova adaptação porque a manutenção começava a ser uma preocupação muito séria. Foi quando surgiu a hipótese de eu assumir o cargo.

Não ficou assustado com o desafio?
No primeiro momento admito que pensei, será que sou capaz? Afinal estamos a falar de um campeonato nacional de miúdos com 16/17 anos. Mas, assim que entrei no balneário já com os regressados, deparei-me com um grupo que acreditava em mim. Colaboraram de uma forma fantástica nos primeiros dias em que estava sozinho com todos os cargos e senti que estava preparadíssimo. Aliado a isto na parte técnico-tática tive sempre presente o homem que me ensinou tudo o que sei sobre futebol, o treinador e amigo Ricardo Silva de quem fui adjunto nas últimas quatro épocas e que me fez sentir um treinador à altura do desafio. Quem também tornou o desafio mais tranquilo foi o treinador dos seniores Sérgio Bóris que andou sempre por perto mostrando-se disponível para o que precisasse e os pais dos jogadores que sempre me apoiaram nos bons e maus momentos. A todos eles o meu muito obrigado.

“Com estabilidade seriamos um sério candidato à fase seguinte”

As coisas acabaram por correr bem e a equipa não só garantiu a manutenção como também se classificou em segundo lugar, com apenas menos um ponto que o vencedor. Isso quer dizer que os jogadores se superaram?
Com uma época estável, não diria que se superaram, pois este grupo era de uma qualidade fantástica porque fazem parte de uma geração que nos últimos quatro anos foram campeões ou vice-campeões por onde passaram. Acredito que apesar da excelente campanha do Belenenses e do V. Setúbal, esta equipa com estabilidade ao longo da época seria uma séria candidata à passagem à segunda fase do campeonato. Uma vez que a passagem à segunda fase falhou, uma equipa deste calibre com a tal estabilidade que não existiu, poderia muito bem vencer uma fase de manutenção que acabou por não acontecer por um ponto que nos escapou de uma forma vergonhosa na 12.ª jornada em Cascais. No entanto, dadas as circunstâncias da época tenho de dizer que sim porque chegámos a ter treinos com 7 jogadores e convocatórias com 5 iniciados. Hoje, olhando para a classificação final sou obrigado a dizer que sim, superaram-se e muito. Foi um grande motivo de orgulho para mim e para os seus pais que os acompanharam sempre nesta difícil época.

Que mais importa dizer sobre aquilo que foi feito durante esta época tanto por si como pela equipa?
Queria aproveitar para agradecer a pessoas importantes neste trajecto e que ainda não o fiz ao longo da entrevista. O meu treinador-adjunto Bruno Santos que com alguma dificuldade de logística fez um grande esforço para dar o seu contributo à equipa. Ao grupo de Iniciados A do Cova da Piedade orientados pelo treinador Nuno Ferreira que teve sempre uma disponibilidade tremenda e se mostrou sempre pronto para ajudar a equipa de juvenis A bem como aos jogadores Tiago Simões e Mauro Afonso. Para concluir resta dizer que esta equipa de Juvenis A do Cova da Piedade 2014/2015 fez uns fantásticos 58 pontos que actualmente são um recorde de pontos no escalão do clube.



Os Magníficos


Nomes da foto da esquerda para a direita, de cima para baixo:

Tozé Gouveia, Marco André Santos, Diogo Penetra, Iuri Pratas, Mário Andrade, Pedro Carvalho, Israel Miguel, Tiago Machado, Tiago Simões, Diogo Fidalgo, Pedro Ferreira, João Santos, Luís Leston (Dô), Francisco Ferreira (Kiko), Diogo Falica, Bruno Santos.

Afonso Récio, Miguel Sousa, Vasco Ramalho, José Galego, Francisco Ferreira (Fran), Tiago Neves, Daniel Afonso, Lavaredas.