Depois de alguma instabilidade inicial…
EQUIPA TEVE UMA PRESTAÇÃO FANTÁSTICA NA FASE
DE MANUTENÇÃO
A
época foi atribulada devido à instabilidade gerada pelas constantes mudanças de
treinadores que motivaram também a saída de alguns jogadores. A equipa que
tinha qualidade começou a desmembrar-se e as coisas começaram a ficar
complicadas até à altura em que o responsável pelo futebol juvenil do clube
resolveu entregar o comando técnico da equipa a Marco André Santos que desempenhava
o cargo de director.
A
equipa foi reformulada, o ambiente no balneário tornou-se mais saudável e os
resultados começaram a melhorar de tal forma que falhou por um triz [um ponto] a
conquista do primeiro lugar na Série E da fase de manutenção do Campeonato
Nacional.
Terminada
a competição impunha-se ouvir Marco André Santos para saber como foi possível
dar a volta à situação…
“A chave do sucesso
foram os jogadores”
A equipa de juvenis A do C. Piedade teve
uma época algo conturbada a nível de treinadores mas depois conseguiu
estabilizar e acabou por realizar uma excelente segunda fase. Qual foi a chave
do sucesso?
Sou
peremptório em afirmar que a chave do sucesso foram os 18 miúdos fantásticos
que realizaram os últimos quatro meses da época. A vontade, o querer e a
motivação que consegui incutir no grupo em terminar a época com honra e de
cabeça levantada, fizeram o resto.
Quando tomou conta da equipa o plantel era
reduzido e a diferença para a linha de água relativamente curta. Como é que foi
possível ultrapassar a situação?
No
minuto em que o senhor Gouveia me convidou para orientar a equipa, a minha
preocupação foi em (re) formar o plantel. Era director da equipa desde o início
da época com o treinador Ricardo Silva e tinha conhecimento de todas as saídas do
grupo e das que estavam eminentes. Peguei no telefone para chamar jogadores que
já tinham abandonado o grupo e também consegui convencer a ficar os que estavam
de saída. Ao todo consegui formar então um grupo de 19 jogadores, sendo que um
dos guarda-redes subiu ao plantel de juniores e ficaram então os 18
fantásticos. Os jogadores motivados com a saída do anterior treinador e satisfeitos
(penso eu) com a minha mudança de funções começaram tudo do zero como da
primeira jornada se tratasse e como se todas as equipas tivessem zero pontos.
E, assim, passámos de sete pontos de avanço da linha de água à 2.ª jornada para
20 pontos de avanço à 14.ª jornada.
Tozé Gouveia toma
decisão importante
Segundo consta o grande responsável por
tudo isto foi clube Tozé Gouveia que acreditou em si entregando-lhe o comando
técnico da equipa quando exercia as funções de director. Isto corresponde à
realidade?
Sim,
sem dúvida. O senhor Gouveia [ou Tozé, como é tratado no nosso balneário] foi
um pilar fundamental e fantástico nesta campanha. Além dos jogadores que
ficaram até ao fim, apenas nós os dois estivemos em todos os momentos da época
com os outros três treinadores escolhidos e assumidos pelo senhor Gouveia que
vendo o estado em que o treinador anterior tinha deixado a equipa decidiu que
era imperativo mudar. Chegámos à conclusão que não havia tempo para novo
treinador e nova adaptação porque a manutenção começava a ser uma preocupação
muito séria. Foi quando surgiu a hipótese de eu assumir o cargo.
Não ficou assustado com o desafio?
No
primeiro momento admito que pensei, será que sou capaz? Afinal estamos a falar
de um campeonato nacional de miúdos com 16/17 anos. Mas, assim que entrei no
balneário já com os regressados, deparei-me com um grupo que acreditava em mim.
Colaboraram de uma forma fantástica nos primeiros dias em que estava sozinho
com todos os cargos e senti que estava preparadíssimo. Aliado a isto na parte
técnico-tática tive sempre presente o homem que me ensinou tudo o que sei sobre
futebol, o treinador e amigo Ricardo Silva de quem fui adjunto nas últimas quatro
épocas e que me fez sentir um treinador à altura do desafio. Quem também tornou
o desafio mais tranquilo foi o treinador dos seniores Sérgio Bóris que andou
sempre por perto mostrando-se disponível para o que precisasse e os pais dos
jogadores que sempre me apoiaram nos bons e maus momentos. A todos eles o meu muito
obrigado.
“Com estabilidade seriamos
um sério candidato à fase seguinte”
As coisas acabaram por correr bem e a
equipa não só garantiu a manutenção como também se classificou em segundo
lugar, com apenas menos um ponto que o vencedor. Isso quer dizer que os
jogadores se superaram?
Com
uma época estável, não diria que se superaram, pois este grupo era de uma
qualidade fantástica porque fazem parte de uma geração que nos últimos quatro anos
foram campeões ou vice-campeões por onde passaram. Acredito que apesar da
excelente campanha do Belenenses e do V. Setúbal, esta equipa com estabilidade
ao longo da época seria uma séria candidata à passagem à segunda fase do
campeonato. Uma vez que a passagem à segunda fase falhou, uma equipa deste
calibre com a tal estabilidade que não existiu, poderia muito bem vencer uma
fase de manutenção que acabou por não acontecer por um ponto que nos escapou de
uma forma vergonhosa na 12.ª jornada em Cascais. No entanto, dadas as
circunstâncias da época tenho de dizer que sim porque chegámos a ter treinos
com 7 jogadores e convocatórias com 5 iniciados. Hoje, olhando para a
classificação final sou obrigado a dizer que sim, superaram-se e muito. Foi um
grande motivo de orgulho para mim e para os seus pais que os acompanharam sempre
nesta difícil época.
Que mais importa dizer sobre aquilo que foi
feito durante esta época tanto por si como pela equipa?
Queria
aproveitar para agradecer a pessoas importantes neste trajecto e que ainda não
o fiz ao longo da entrevista. O meu treinador-adjunto Bruno Santos que com
alguma dificuldade de logística fez um grande esforço para dar o seu contributo
à equipa. Ao grupo de Iniciados A do Cova da Piedade orientados pelo treinador
Nuno Ferreira que teve sempre uma disponibilidade tremenda e se mostrou sempre
pronto para ajudar a equipa de juvenis A bem como aos jogadores Tiago Simões e
Mauro Afonso. Para concluir resta dizer que esta equipa de Juvenis A do Cova da
Piedade 2014/2015 fez uns fantásticos 58 pontos que actualmente são um recorde
de pontos no escalão do clube.
Os Magníficos
Nomes
da foto da esquerda para a direita, de cima para baixo:
Tozé
Gouveia, Marco André Santos, Diogo Penetra, Iuri Pratas, Mário Andrade, Pedro
Carvalho, Israel Miguel, Tiago Machado, Tiago Simões, Diogo Fidalgo, Pedro
Ferreira, João Santos, Luís Leston (Dô), Francisco Ferreira (Kiko), Diogo
Falica, Bruno Santos.