A disponibilidade é total para abraçar um novo projecto…
TREINADOR EXPLICA A RAZÃO PORQUE SAIU DO U. SANTIAGO
Nuno Brites, de 52 anos, foi contratado no início da época
pelo U. Santiago com o objectivo de colocar a equipa nos primeiros lugares da
tabela classificativa e se possível atacar a conquista do título.
Residindo na região de Lisboa, o treinador mais os cinco
jogadores que levava consigo, tinha que fazer cerca de 300 quilómetros (ida e
volta) nos dias de treino mas nem isso o demoveu de assumir o desafio.
O início do campeonato até foi bom com uma vitória na Charneca
de Caparica, seguiram-se duas derrotas [uma em casa com o Fabril e outra em
Alfarim], duas vitórias em casa [Grandolense e Beira Mar de Almada] e depois
uma série de cinco jogos consecutivos sem ganhar [um empate e quatro derrotas] para
o campeonato e ainda a eliminação da taça.
As coisas não estavam de facto a correr bem e Nuno Brites
acabou por abandonar o clube cedendo o seu lugar ao adjunto, Vítor Pereira que
se estreou no passado domingo com uma vitória sobre o Sesimbra.
Alguns dias depois do “divórcio” o nosso jornal convidou
Nuno Brites a explicar as razões da sua saída do clube alentejano:
“Após 15 épocas como treinador pela primeira vez não
termino uma época. Tal, deve-se essencialmente aos objectivos traçados no início
serem já quase impossíveis de alcançar. E, assim, por mútuo acordo, chegou-se a
uma posição em que a contenção de custos foi a via seguida”, começou por dizer
Nuno Brites que passou depois a explicar o que na realidade aconteceu.
“Foram várias as contrariedades que contribuíram para esta
situação”
“Várias contrariedades contribuíram para esta situação:
raramente tivemos o campo principal na sua totalidade; numa fase de crescimento
da equipa andámos a treinar num pelado sem o mínimo de condições e, por causa
disso, a equipa foi assolada por uma série de lesões que limitaram bastante as
opções e nos obrigaram a recorrer a elementos da equipa júnior para completar a
convocatória. Por motivos vários nunca tivemos o plantel disponível na sua
plenitude e as opções foram quase sempre escassas, principalmente no sector
ofensivo”.
No entanto, continuou o técnico “quero enaltecer a
disponibilidade de quase todos os atletas em superar os obstáculos que se nos
foram deparando, apesar de no último mês os resultados não terem sido os
melhores e os mais justos, em relação à qualidade do futebol explanado”.
“Quero deixar uma palavra de apreço pelo apoio e
profissionalismo do nosso fisioterapeuta Bejinha na recuperação dos atletas
numa fase em que chegámos a treinar com 10 / 11 jogadores, devidamente aptos”.
“Agora alguns destes têm que ter um espirito profissional
mais consistente, pois esta competição não se compadece com jogadores a tirarem
férias durante a mesma. Por exemplo, na semana anterior ao jogo para os quartos-de-final
da taça nunca conseguimos ter mais de onze/doze jogadores a treinar, por
motivos profissionais”.
“Estes foram os principais factores para um desempenho
menos produtivo a par da falta de uma pontinha de sorte em momentos cruciais de
alguns jogos. Agora há que deixar um abraço a todos eles e desejar-lhes um bom
resto de época, livres da pressão de terem de jogar para os três primeiros
lugares. Em relação à Direcção quero agradecer a aposta feita”, disse.
À
espera que o telefone toque…
Face ao sucedido, Nuno Brites está agora à espera que o
telefone toque porque é sua intenção dar continuidade à sua actividade
desportiva e à carreira de treinador que conta no seu curriculum com alguns
títulos e subidas de divisão nomeadamente ao serviço das camadas jovens do Casa
Pia, clube que representou durante nove anos.
Nuno Brites foi campeão da AF Lisboa no escalão de juvenis subindo
a equipa ao respectivo campeonato nacional; foi campeão de série no campeonato
nacional na mesma categoria e também campeão de série no campeonato nacional de
juniores da 2.ª divisão subindo a equipa à 1.ª divisão nacional.