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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

NUNO BRITES»» Está à espera que o telefone toque

A disponibilidade é total para abraçar um novo projecto…

TREINADOR EXPLICA A RAZÃO PORQUE SAIU DO U. SANTIAGO


Nuno Brites, de 52 anos, foi contratado no início da época pelo U. Santiago com o objectivo de colocar a equipa nos primeiros lugares da tabela classificativa e se possível atacar a conquista do título.

Residindo na região de Lisboa, o treinador mais os cinco jogadores que levava consigo, tinha que fazer cerca de 300 quilómetros (ida e volta) nos dias de treino mas nem isso o demoveu de assumir o desafio.

O início do campeonato até foi bom com uma vitória na Charneca de Caparica, seguiram-se duas derrotas [uma em casa com o Fabril e outra em Alfarim], duas vitórias em casa [Grandolense e Beira Mar de Almada] e depois uma série de cinco jogos consecutivos sem ganhar [um empate e quatro derrotas] para o campeonato e ainda a eliminação da taça.

As coisas não estavam de facto a correr bem e Nuno Brites acabou por abandonar o clube cedendo o seu lugar ao adjunto, Vítor Pereira que se estreou no passado domingo com uma vitória sobre o Sesimbra.

Alguns dias depois do “divórcio” o nosso jornal convidou Nuno Brites a explicar as razões da sua saída do clube alentejano:     

“Após 15 épocas como treinador pela primeira vez não termino uma época. Tal, deve-se essencialmente aos objectivos traçados no início serem já quase impossíveis de alcançar. E, assim, por mútuo acordo, chegou-se a uma posição em que a contenção de custos foi a via seguida”, começou por dizer Nuno Brites que passou depois a explicar o que na realidade aconteceu.

“Foram várias as contrariedades que contribuíram para esta situação”

“Várias contrariedades contribuíram para esta situação: raramente tivemos o campo principal na sua totalidade; numa fase de crescimento da equipa andámos a treinar num pelado sem o mínimo de condições e, por causa disso, a equipa foi assolada por uma série de lesões que limitaram bastante as opções e nos obrigaram a recorrer a elementos da equipa júnior para completar a convocatória. Por motivos vários nunca tivemos o plantel disponível na sua plenitude e as opções foram quase sempre escassas, principalmente no sector ofensivo”.

No entanto, continuou o técnico “quero enaltecer a disponibilidade de quase todos os atletas em superar os obstáculos que se nos foram deparando, apesar de no último mês os resultados não terem sido os melhores e os mais justos, em relação à qualidade do futebol explanado”.

“Quero deixar uma palavra de apreço pelo apoio e profissionalismo do nosso fisioterapeuta Bejinha na recuperação dos atletas numa fase em que chegámos a treinar com 10 / 11 jogadores, devidamente aptos”.

“Agora alguns destes têm que ter um espirito profissional mais consistente, pois esta competição não se compadece com jogadores a tirarem férias durante a mesma. Por exemplo, na semana anterior ao jogo para os quartos-de-final da taça nunca conseguimos ter mais de onze/doze jogadores a treinar, por motivos profissionais”.

“Estes foram os principais factores para um desempenho menos produtivo a par da falta de uma pontinha de sorte em momentos cruciais de alguns jogos. Agora há que deixar um abraço a todos eles e desejar-lhes um bom resto de época, livres da pressão de terem de jogar para os três primeiros lugares. Em relação à Direcção quero agradecer a aposta feita”, disse.

À espera que o telefone toque…

Face ao sucedido, Nuno Brites está agora à espera que o telefone toque porque é sua intenção dar continuidade à sua actividade desportiva e à carreira de treinador que conta no seu curriculum com alguns títulos e subidas de divisão nomeadamente ao serviço das camadas jovens do Casa Pia, clube que representou durante nove anos.

Nuno Brites foi campeão da AF Lisboa no escalão de juvenis subindo a equipa ao respectivo campeonato nacional; foi campeão de série no campeonato nacional na mesma categoria e também campeão de série no campeonato nacional de juniores da 2.ª divisão subindo a equipa à 1.ª divisão nacional.