Nisa Almeida, presidente da Amodin…
“TEMOS TUDO PARA ALCANÇAR SUCESSO MAS NÃO PODEMOS DAR PASSOS
MAIORES QUE A PERNA”
No Montijo, há um projecto sustentado que na próxima temporada vai alargar a sua aposta à formação e ao futsal feminino.
Tem
poucos anos de existência mas demonstra uma vivacidade e uma dinâmica como
poucos, da sua idade. Estamos a falar da Associação Montijense - Organização Desportiva Independente Nacional (AMODIN),
clube de futsal criado na cidade do Montijo, quando os seus fundadores
procuravam uma colectividade para jogar ténis de mesa.
Começou
por andar em torneios solidários e outros particulares. Mais tarde filiou-se na
AF Setúbal e na época de 2019 /2020 estreou-se no campeonato distrital e o
balaço é positivo. Os montijenses querem prosseguir a sua caminhada e isso levou
o clube a alargar a prática da modalidade aos escalões de formação e também à
vertente feminina, criando uma equipa sénior já a partir da próxima época.
Mas
para darmos a conhecer melhor este projecto falámos com a presidente, Nisa
Almeida.
“O clube
nasceu à cinco anos com o nome de Odin porque era uma Organização Desportiva Independente
Nacional mas tudo começou por causa do ténis de mesa quando procurávamos – eu,
o meu marido e o meu pai, no Montijo, uma mesa para jogar. Encontrámos “Os
Unidos”, foi lá que começámos a jogar, a colectividade tinha um ringue,
começámos a utilizá-lo para a realização de torneios. Depois, quisemos fazer
uma coisa diferente, passámos a trabalhar com a Câmara Municipal do Montijo e
mais tarde mudámos para o “União da Graça”. Continuámos a participar em alguns
torneios solidários e outros em Lisboa e no Seixal. Quando pensámos em registar
o nome fomos informados que não podíamos manter o nome e então tivemos que
acrescentar mais duas letras (AM) Associação Montijense, ficando então Amodin”,
contou a presidente do clube que continuou a desenvolver a modalidade, sempre
no escalão de seniores, em bairros sociais, como é o caso dos bairros Caneira e
Esteval.
O
projecto foi evoluindo e a dada altura foi feita a filiação na Associação de
Futebol de Setúbal tendo feito a sua estreia no Campeonato Distrital da época
de 2019 / 2020.
“O
Rogério Gaspar achou o projecto interessante, assumiu o cargo de treinador,
trouxe alguns jogadores de Lisboa e acabámos por fazer um bom campeonato. A
nossa ideia era ficar a meio da tabela mas acabámos por ficar em quarto lugar.
Nós não sabíamos o que era o distrital mas na verdade correu tudo muito bem
porque os jogadores trabalharam para isso, tinham ambição e havia uma grande
união de grupo”, salientou Nisa Almeida que tem vindo a trabalhar com o
coordenador desportivo na preparação da nova temporada.
“Já temos
o plantel sénior fechado com bons elementos e alguns reforços que vêm ao
encontro daquilo que queremos a longo prazo. Estão todos cientes da realidade
do clube mas aceitaram o convite porque acharam um bom projecto e têm muita
vontade de vencer para poderem chegar ao topo. Esta é a vontade dos jogadores
mas a nossa realidade é outra, o nosso objectivo é competir. Também queremos
ganhar e achamos que temos equipa para dar luta aos nossos adversários mas como
estamos em fase de crescimento entendemos que as coisas devem ser feitas com
calma e com tempo”.
E, por
falar em crescimento será também de referir que na próxima temporada o Amodin
vai ter mais duas equipas, uma de juvenis e outra de seniores femininas.
“Sim, vamos
ter uma equipa de juvenis que vai ser treinada pelo Mister Vicente porque
queremos apostar na formação e também no futsal feminino porque não existe
nenhuma equipa feminina no concelho. Alex Ribeiro será o treinador da equipa
sénior feminina, é ele que está a desenvolver este projecto que é para três
anos. Queremo-nos afirmar e ser uma referência da modalidade no concelho do
Montijo”, referiu a presidente da Amodin que espera poder continuar com a ajuda
das pequenas e médias empresas que têm sido o seu grande apoio.
Em
relação ao futuro, Nisa Almeida diz que “nesta altura é um pouco ingrato falar
disso. Temos alguns parceiros e a formação a desenvolver e temos tudo para
alcançar sucesso mas não podemos dar passos maiores que a perna, vamos lá
chegar aos poucos. Não vou dizer que vamos ser campeões daqui a dois ou três
anos mas é evidente que temos o sonho de um dia lá poder chegar. Temos um
projecto sustentável e credível e podemos chegar longe mas não temos pressa”.
A
concluir a conversa Nisa Almeida deixou um apelo para ajudem mais os clubes e
as associações porque o futsal está a ganhar força e qualidade que às vezes se
perde por não haver clubes que desenvolvam a modalidade.