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terça-feira, 6 de julho de 2021

SEIXAL CLUBE 1925»» Tiago Correia em entrevista

 


Foi apenas um ciclo que se fechou…



ABANDONA CARGO DE TREINADOR MAS FICA COMO COORDENADOR DA FORMAÇÃO



 

Treinava a equipa sénior desde a sua fundação, levando-a da segunda à primeira divisão, mas abdicou das suas funções no final desta época por opção própria.

 


 


Tiago Correia representou o Seixal Futebol Clube enquanto jogador na formação, mais tarde jogou pela equipa sénior e passou também por outros clubes. Aos 33 anos, seguindo as pisadas do pai [Manuel Correia, que treinou o Desp. Chaves, Penafiel, Vizela, entre outros], abraçou a carreira de treinador no Seixal Clube 1925 onde permaneceu, desde a sua fundação, até ao dia 27 de Junho. Para trás ficaram quatro anos de trabalho que culminaram com a subida à 1.ª Divisão Distrital.


A notícia sobre a intenção de sair causou alguma surpresa por isso impunha-se ouvir Tiago Correia, que conta actualmente com 36 anos.




 

Estás na origem da criação da equipa de futebol sénior do Seixal mas agora abdicas das funções de treinador. Porquê?

É verdade. Foi um convite que surgiu há alguns anos atrás, ainda eu jogava futebol. Deixei de jogar para abraçar este projecto e construímos uma equipa a partir do zero, feita com atletas praticamente que vieram dos juniores e outros que regressaram a casa e que já não jogavam há algum tempo, construímos uma equipa e foi assim que começou a história do Seixal Clube 1925, novamente em seniores. No final destes quatro anos decidi parar porque tudo tem o seu tempo. Entendi que chegou a altura de parar no Seixal a nível de equipa sénior e não por nenhuma razão específica, foi o fim de um ciclo.


 

Portanto, a saída nada teve a ver com resultados?

Não, de forma nenhuma. O Seixal subiu o ano passado à 1.ª divisão distrital, este ano fizemos o campeonato possível, se é que se pode chamar a isto campeonato. Nós tivemos um jogo em Outubro e outro em Novembro, quando veio o confinamento tínhamos apenas dois jogos feitos e depois fizemos quatro jogos em 10 dias, é uma coisa absurda. Estivemos um ano a treinar para fazer 10 jogos e no caso do Seixal foram quase todos realizados no mesmo mês. Foi um campeonato atípico mas o Seixal acaba por ficar no meio da classificação misturado com outras equipas que já estão na 1.ª divisão há bastante tempo. Portanto, a nível de resultados não foi um campeonato excelente mas foi o campeonato possível dentro das circunstâncias.



 


A classificação é positiva mas se calhar ainda poderia ter sido melhor…

Os atletas que faziam parte do plantel estavam ali só por amor à camisola, mesmo assim conseguimos formar uma excelente equipa. Os jogadores estavam sempre presentes nos treinos e deram tudo o que tinham. Se fosse um campeonato normal poderíamos ficar um pouco mais acima, mas no futebol o se não existe. Para a época de estreia na primeira divisão creio que não foi mau. Não havia descidas de divisão mas se houvesse o Seixal estava livre disso. Ou seja, o objectivo estaria cumprido.


 

Apesar de teres deixado o cargo de treinador da equipa sénior vais continuar ligado ao clube?

Sim, é verdade. Vou continuar como coordenador da formação. O assunto foi conversado com a direcção e foi uma decisão tomada por mim. Continuo ligado ao clube pelo menos na próxima época, depois logo se verá. Sou professor e treinador e o que mais gosto de fazer é treinar mas, neste momento não. Foi apenas um ciclo que se fechou, ninguém se zangou com ninguém.


 

E a prova disso é que foste homenageado pelo clube no último jogo realizado em casa…

A minha decisão já estava tomada há algum tempo mas eu quis deixar passar aquela sequência de quatro jogos em 10 dias, optei por deixar correr o tempo para sair na altura certa. Na semana anterior ao jogo com o Barreirense informei a direcção da minha intenção e eles fizeram-me uma bonita homenagem, que agradeço. A nossa ligação continua porque para além da relação que tenho com o clube, que é de muitos anos porque fui atleta na formação, em sénior e agora treinador, também tenho uma relação de amizade com as pessoas que estão à frente do clube.



 


Por aquilo que disseste há pouco fica a ideia de que estás receptivo a convites que possam surgir…

Não vivo obcecado com isso, até porque tenho familiares que estão no futebol profissional, como é o caso do meu irmão [Rui Correia, defesa-central do Nacional] e sei muito bem como as coisas no futebol funcionam. Como disse, não estou obcecado em treinar, muito sinceramente neste momento só iria treinar se fosse com um projecto diferente e de maior ambição. Não me faz qualquer confusão estar parado, senão, não tinha tomado a decisão de sair.


 

Como homem da casa como tens visto a evolução do clube e até onde ele pode chegar com este projecto?

Nos últimos tempos tem mostrado que é capaz de crescer todos os anos. O clube tem crescido na formação e também nos seniores, acredito que pode continuar a crescer mas passo a passo, com calma e sem grandes pressas para que o crescimento seja sustentável. É importante que não se coloque em grandes aventuras. O clube está a ser gerido por gente da terra que jogou muitos anos no Seixal, gente que tem uma grande paixão e vive o clube de forma intensa. Por isso, é natural que todos queiram que o clube venha a ter o maior sucesso.


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