Juventude amorense realizou uma época fantástica…
“ERA UM PRÉMIO JUSTO PARA OS JOGADORES TEREM TERMINADO O
CAMPEONATO INVENCÍVEIS”
O treinador considera que o título de campeão e o segundo lugar do Banheirense são inteiramente justos mas recorda que no início o Almada chegou a ter 10 pontos de vantagem.
Rui Sá, o treinador da equipa, é da opinião que foi uma época fantástica e salienta a cultura dos seus atletas que, apesar de serem mais jovens, conseguiram desmontar os adversários mais experientes pela forma como impunham o seu jogo.
Esta
foi uma época de sucesso para a equipa B!
Sim, é um facto. Mas,
sobretudo, uma época trabalhada e pensada com o objectivo de subir de divisão, nunca
descurando o pormenor de potenciarmos jogadores para a equipa principal e
também isso acabou por ser positivo porque conseguimos estrear dois na Liga 3.
O
campeonato foi competitivo ou tratou-se apenas de uma luta reservada 3 ou 4
clubes?
A partir de determinada fase
da época acabou por ser mais disputado entre nós e o Banheirense. Mas na fase inicial
não foi assim porque o Almada chegou a ter 10 pontos de vantagem. Amora B, Banheirense,
Quinta do Conde, Botafogo e Zambujalense foram sempre equipas muito competentes
com ideias e jogadores muito interessantes, qualquer uma delas podia ter ido
mais além. Acabámos por ser nós e o Banheirense, parece-me a mim de forma justa
porque fomos as duas equipas mais enquadradas e mais competitivas durante todo
o campeonato.
Em
32 jogos o Amora B obteve 25 vitórias, 6 empates e apenas uma derrota. Gostaria
certamente de ter terminado o campeonato invencível!
Quem representa o Amora está
imbuído sempre num espírito de vitória muito grande. Sim, gostaríamos muito de
ter terminado o campeonato sem derrotas mas perdemos esse jogo de forma justa
porque não fomos tão competentes como costumávamos ser, há que dar mérito ao
Zambujalense por ter sido a única equipa que nos venceu. Era um prémio justo para
os jogadores terem terminado invencíveis, mas o futebol é assim mesmo.
Tem vantagens e desvantagens.
As pessoas por vezes não sabem os pressupostos de uma equipa B que está
inserida num clube da Liga 3. Tínhamos um plantel composto apenas por 14
jogadores daí a necessidade [pela obrigação e pela potenciação de jovens] de
recrutar jogadores da equipa de Sub-19. Pela equipa B durante a época passaram
58 jogadores, nunca se conseguiu consolidar constantemente um onze. Os jovens
são naturalmente importantes, mas foi uma luta muito grande que tivemos durante
toda a época a nível de maturação porque percebemos que não conseguiríamos pela
maturidade de ser mais fortes dado que o jogador mais velho tem um entendimento
de jogo completamente diferente de um que está ainda em formação. Mas sabíamos
que ganharíamos noutros pontos; na vontade, na ambição, na competitividade e na
entrega aos jogos. Portanto, como disse, há vantagens e desvantagens porque há pequenas
coisinhas que os mais velhos sabem resolver de uma forma diferente.
Por
vezes não é fácil defrontar equipas com jogadores mais experientes!
Dificílimo. Em casa [na
Medideira ou no Serrado] sentíamo-nos mais à vontade pelo facto de termos um
campo grande e uma equipa que praticava futebol de grande qualidade, como era
reconhecido por toda a gente. Jogando fora, em campos difíceis contra jogadores
mais experientes, por vezes sentíamos mais dificuldade. Apesar disso, fomos
tentando impor uma cultura de qualidade desmontando os adversários, pela forma
como a impúnhamos no jogo, e acabámos quase sempre por ser felizes.
Na
equipa B há jovens promissores?
Sim, há, mas como estão condicionados
pela idade, não vão conseguir dar seguimento no próximo ano. É este o contexto
das equipas B, seja no Amora ou noutro clube qualquer. Mas, volto a dizer que
há jogadores promissores, apesar de estarem num clube muito profissional como o
Amora, acabam por estar num contexto mais amador porque trabalham ou têm a faculdade
e não conseguem estar completamente focados neste mundo do futebol. Mas, alguns,
se lhe derem oportunidade podem chegar mais acima.
Sim, vamos continuar, foi esse
o desejo do investidor. Ficámos felizes pelo tratamento que nos deram e pela
forma como sempre estiveram connosco e nós, naturalmente, também retribuímos porque
é a nossa forma de estar no futebol.
A
nova época já começou a ser planeada?
Sim, já começámos a
trabalhar nela. Tem havido uma análise exaustiva aos jogadores da faixa etária
que podem representar a equipa B, bem como na promoção dos sub-19 que integram
já a equipa. Como esta competição condiciona as faixas etárias estamos sempre dependentes
de algumas regras ou alterações que possam ser estabelecidas por parte da AF
Setúbal para prepararmos o mais rapidamente possível a nova competição.
Estão
previstas muitas mexidas na equipa?
Naturalmente, em
consequência das idades que temos que respeitar e porque também partimos para
uma competição mais difícil. Como é evidente, vamos tentar apetrechar a equipa com
os melhores jogadores jovens que possam rapidamente ser opção para a equipa A
que está na Liga 3.
Já
há data previsível para o início dos trabalhos?
Ainda não, mas devemos
começar entre o final de Julho e o princípio de Agosto. Só ficará definida
quando saírem os quadros competitivos para a nova época.
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