É a segunda vez que lhe acontece…
ORIENTAL DRAGON DESPEDE TREINADOR ANTES DA ÉPOCA COMEÇAR
Treinador que assinou o contrato e a rescisão ao mesmo tempo está arrependido do que fez e aponta o dedo a toda a estrutura do clube também por outras situações.
Para
Marco Bicho, esta é a segunda vez que acontece no mesmo local (Pinhal Novo), em
clubes diferentes (Pinhalnovense SAD e Oriental Dragon) mas com o mesmo
protagonista.
“Tudo começou logo no início da época com a questão do treinador
de guarda-redes, eu opus-me e começámos a construir o plantel mas no primeiro
jogo-treino com o Vitória Futebol Clube, que perdemos por 8-0, pediram-me para
mandar embora dois jogadores. Eu não gostei da decisão, reflecti durante dois
ou três dias e depois disse que se isso acontecesse me ia embora também”,
começou por explicar o treinador.
Redução
de vencimento a jogadores
Entretanto, prossegue Marco Bicho, “vim a saber que o contrato que
tinha assinado ainda não havia dado entrada na Federação Portuguesa de Futebol e,
como é evidente, senti que a minha situação não estava confortável. Ainda para
mais porque fiz uma coisa que não deveria ter feito mas que é usual neste
clube, assinar na mesma altura um outro contrato de rescisão. Isto não é legal
e eu estou arrependido de o ter feito mas entendi expor agora o caso para deixar
o alerta a outros treinadores que venham eventualmente a ser convidados para
trabalhar neste clube”.
Mas, voltando um pouco atrás, “foi dito também que os jogadores
que eu tinha ido buscar estavam igualmente na calha para sair. O dono do clube,
senhor Chen, sugeriu que fosse retirado dinheiro aos jogadores, houve um
elemento da estrutura que tentou rebater a sugestão mas o director desportivo
reforçou a ideia do patrão, dizendo que se é para baixar, então baixa-se.
Resumindo, para além de ser desumano, demonstra também uma grande falta de
ética”.
“Foi tudo
feito nas minhas costas”
Aos ouvidos de Marco Bicho chegou a informação que quando ainda se
encontrava ao serviço do clube tinham sido contactados dois treinadores para o
substituírem. Por isso, considera que a sua saída era inevitável.
“Esta é a segunda vez que sou despedido uma semana antes de
começar o campeonato e a minha imagem tem que ser protegida porque não foi por
incompetência. Confesso que a equipa técnica estava a trabalhar sobre brasas e
que sentíamos que a qualquer momento algo poderia acontecer, se os jogadores
saíssem. Para testar o que estavam a planear, em determinada altura disse que
já não sairia mesmo que os jogadores fossem embora. Resultado, 15 minutos
depois recebi uma chamada a comunicar que já não contavam comigo como
treinador. Portanto, cheguei à conclusão que foi tudo feito nas minhas costas,
o que será de lamentar porque uma pessoa que desempenha o cargo de director
desportivo e que supostamente devia estar sempre em sintonia com o treinador tenha
feito uma coisa destas. Logo aí se vê que não havia confiança nenhuma em
trabalhar comigo”, refere Marco Bicho que adiantou também que em determinada
altura lhe disseram que não havia orçamento para mais ninguém e depois da sua
saída foram contratados mais três jogadores”.
Marco Bicho manifestou também o seu desagrado pela forma como é
aplicada a política de dispensas no clube, e cita apenas dois exemplos: “queriam mandar embora
um avançado que na nossa opinião, no momento, era o melhor da equipa, nós
dissemos isso ao director desportivo mas ele vira-se para nós e diz, então vai
o outro avançado embora. Outra situação tem a ver com o facto de numa semana
não terem inscrito um defesa porque era mau jogador e na semana seguinte já o
inscreveram porque era rápido. Foi com estes exemplos que fomos lidando
praticamente todas as semanas”.
“Brincar
com a vida das pessoas”
“O Oriental Dragon é um clube como os outros e tem todos os
direitos mas acho que a Federação Portuguesa de Futebol deve tomar medidas para
defender os jogadores e os treinadores. O que aconteceu, volto a frisar, é
desumano, as pessoas são contratadas para trabalhar durante uma época e de um
momento para o outro são afastados, sem mais nem menos. Neste caso não houve o
mínimo de respeito, são todos responsáveis incluindo o advogado que o ano
passado só falava mal dos jogadores. As pessoas têm que saber o que se passa no
futebol”, fez questão de salientar.
A
finalizar esta nossa conversa Marco Bicho mostrou-se receptivo e disponível
para abraçar outro projecto mas deixou o aviso. “Quem
quiser trabalhar comigo tem que proceder de forma correcta. Eles aqui fazem
isto há vários anos e já fizeram comigo mas eu como tenho confiança no meu
trabalho não fiquei preocupado com isso. Aqui a questão não tem nada a ver com
a rescisão porque eu ia-me embora na mesma mas tenho que expor o que se passa
no futebol e denunciar os intrujas que cometem estas ilegalidades porque não se
deve brincar com a vida das pessoas”.
Boa tarde, a classe dos treinadores é mesmo assim anda metade dos treinadores a tentar queimar. A outra metade é por isso que mesmo sabendo o que lhes pode acontecer ao mínimo desaire, continuam assinando contratos duvidosos, muitos estão mortinhos para que aconteça algo de mau a determinados treinadores para ficarem com o lugar deles por vezes sabendo que vão só ficar 2 ou 3 jogos. É o que temos
ResponderEliminarEsse clube nem devia competir, são muitas as queixas.
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