Treinador fala da sua saída do CO Montijo ...
“FIQUEI TRISTE PELO FACTO DE TER SIDO DESPEDIDO PELA CLAQUE”
Marco Bicho diz que preferia ter sido despedido pelo facto de não ter ganho os dois últimos jogos do que pela falta de empatia com quem agrediu o seu pai e o seu filho.
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“Sim, é verdade. Até ao momento não recebi qualquer convite que fosse ao encontro daquilo que eu desejava. Como é lógico estou receptivo em voltar ao activo, embora um pouco afectado por aquilo que se passou no Montijo. Ainda assim, tenho aproveitado para concluir o mestrado que é também muito importante para mim porque complementa a minha formação”.
Tendo em conta o seu currículo como jogador e a sua experiência como treinador, Marco Bicho não esconde o seu desejo. “Muito honestamente, a minha preferência é para as competições nacionais mas não excluo outras hipóteses desde que se trate de um projecto que dê estabilidade em que consiga fazer uma época de princípio ao fim. Trabalhar com pressão é bom, mas se houver algo que não corra bem, que seja algo em que eu tenha realmente responsabilidade”.
Foi o que não conseguiu esta época no CO Montijo de onde saiu de forma algo estranha.
“De facto, nem eu, nem a minha equipa técnica estávamos à espera que isso pudesse acontecer, mas respeito a decisão tomada pela direcção, comunicada pelo presidente. Creio que não foi a melhor naquela altura mas, como disse, tenho que respeitar. O que me deixa magoado foi perceber que tinha saído por causa da incompatibilidade com os adeptos. Preferia ter sido despedido pelo facto de não ter ganho os dois últimos jogos, na Baixa da Banheira e em casa com o Palmelense, do que pela falta de empatia, neste caso, com quem agrediu o meu pai e o meu filho. Como toda a gente sabe eles foram agredidos no início da época por elementos da claque e o processo está em tribunal. Fiquei triste pelo facto de ter sido despedido pela claque, sabendo que nem todos os elementos estiverem envolvidos na situação. O futebol é isto, mas foram tempos muito difíceis”.
O treinador que tinha a ambição de ser campeão ficou descontente com o que se passou e ainda hoje pensa que tinha condições para continuar.
“Estava a um ponto do primeiro classificado, algo que não mudou. O CO Montijo conseguiu ganhar ao Alcochetense e mesmo assim ficou a um ponto. Não posso dizer que as coisas correram mal porque não se deixou concluir o processo, depois de um trabalho de 7 meses. Despedir um treinador próximo do fim quando a equipa, com menos um ponto, estava a lutar pelo primeiro lugar não é muito normal. Mas, volto a dizer, a decisão foi tomada e tem que ser respeitada”.
Tendo em conta a situação Marco Bicho está agora à espera que o telefone toque. “O meu objetivo passa por trabalhar com alguém que tenha ambição e acima de tudo seja compatível com a minha pessoa, como aconteceu recentemente no Sacavenense, de onde saí porque as coisas não estavam a correr bem, mas fiquei com as portas abertas para um eventual regresso. Isso é gratificante porque ter sucesso para mim não passa apenas por ganhar mas sim pela relações que criamos”.
A finalizar a conversa que tivemos, Marco Bicho aproveitou para deixar um agradecimento aos amigos e à família que estiveram sempre presentes nos momentos mais difíceis.
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