COSTA DE CAPARICA»» Treinador Nuno Ferreira, em entrevista - JORNAL DE DESPORTO

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quinta-feira, 16 de junho de 2022

COSTA DE CAPARICA»» Treinador Nuno Ferreira, em entrevista

O quarto lugar foi fantástico…


 

“ESTA FOI A MELHOR CLASSIFICAÇÃO DOS PESCADORES NA ÚLTIMA DÉCADA”

 

 


Para encontrar uma classificação melhor é preciso recuar até à época de 2007/08 quando foi campeão distrital da 1.ª Divisão da AF Setúbal

 


 

 


O Grupo Desportivo dos Pescadores da Costa de Caparica terminou o Campeonato Distrital da 1.ª Divisão em quarto lugar, uma posição bastante positiva tendo em conta que não fazia parte do lote dos principais candidatos. 


 

Nuno Ferreira, treinador do clube há cinco épocas, considera que foi uma classificação fantástica para a qual muito contribuíram os jogadores e a união de grupo, como ficou demonstrado na deslocação a Santiago do Cacém, a meio da semana, à noite, quando o autocarro se avariou.


 

Na análise que faz ao campeonato, Nuno Ferreira salienta o facto de a sua equipa ter sido a única a vencer o campeão mas destaca também outras vitórias que considera importantes. 


 

Sobre a nova época o treinador diz que por respeito ao clube e à direcção não lhe cabe a si numa entrevista anunciar a sua saída ou continuidade.

 

Considera positiva a classificação obtida?

O quarto lugar foi uma classificação fantástica. Num campeonato disputado a 37 jornadas, com jogos a meio da semana, com um empenho enorme da parte de todos os envolvidos no nosso clube conseguimos! Havíamos feito uma excelente época em 20/21, perante todas as adversidades vividas nesse ano e isso já tinha sido muito prestigiante. Esta época, com a maratona que foi o campeonato, saímos ainda mais valorizados pelo trabalho feito. Depois dos três primeiros, com argumentos bastante diferentes das demais equipas, acabámos por fazer um belíssimo campeonato juntamente com o Moitense, Águas de Moura e Vitória FC. Garantidamente os jogadores, equipa técnica, e acima de tudo o clube, saíram valorizados. Partimos de início com o objectivo de garantir a manutenção mas internamente sabíamos que podíamos chegar mais longe. Honestamente, no início do ano se alguém dissesse que os Pescadores terminariam em 4.º lugar, ninguém acreditaria. Chegados ao fim, fomos enormes.

 


Que análise faz ao comportamento da equipa?

Não poderia estar mais satisfeito com os jogadores. Este tem sido um processo longo de cinco épocas em que o crescimento de todos tem sido evidente. Os Pescadores são um clube muito grande na dimensão distrital, mas a verdade é que em anos anteriores a gestão não foi a melhor e o clube foi prejudicado. Ao longo do ano debatemo-nos com alguns problemas que fomos superando essencialmente pela união e força de um grupo fantástico que fez das fraquezas as suas armas mais fortes. Mais do que a competência, do reconhecimento e do trabalho diário, foi a coesão dos jogadores com o acompanhamento da equipa técnica e a proximidade da direcção que levou (literalmente) o barco a bom porto.


 

E em relação à maratona que foi este campeonato, que tem a dizer?

Foi o que foi, é o resumo que faço em relação à questão que me coloca. Quando começou, todos sabíamos ao que íamos, todos sabíamos que poderia haver jogos a meio da semana e que poderíamos estar parados em função do covid. Sabíamos que seria uma maratona longa, mas desde cedo aprendi que é nos momentos de maior aperto que os bons sobressaem sobre os menos bons e em relação a isso, toda a estrutura foi gigante. Recordo com alegria (agora que tudo correu bem) o jogo que disputámos em Santiago do Cacém, numa 4.ª feira à noite, às 21 horas. Ao terminar o jogo tivemos conhecimento da avaria do nosso autocarro. Com todo o processo de arranjarmos um autocarro que nos trouxesse para casa, esperarmos que chegasse o reboque do seguro, chegámos à Costa de Caparica às 4h30 da manhã e no dia seguinte havia quem entrasse no trabalho às 7 horas. Ao longo de todas estas horas não houve um elemento que reclamasse, que protestasse ou que manifestasse desagrado! Nesse momento, tive a certeza que no fim íamos ser felizes, porque um grupo como este não se encontra todos os dias.

 

 


Os Pescadores foram os únicos a derrotar o campeão. Foi um prémio de consolação?

A expressão "prémio de consolação" nunca me agradou muito. As vitórias devem ser valorizadas e festejadas como tal. A vitória no Fabril foi um dos vários momentos de enorme grandeza que tivemos ao longo da época. Temos que lhe dar o valor que merece e se é verdade que foram "apenas" três pontos, não é menos verdade que tivemos a capacidade e a competência de sermos os únicos a derrotar o justo campeão. Fomos felizes num jogo que a vitória nos sorriu. O nosso adversário foi tão ou mais competente do que nós com o único handicap de não ter tido a felicidade de finalizar uma das inúmeras oportunidades de golo que teve, principalmente, nos instantes finais do jogo. Houve vários jogos que nos marcaram, em todos naturalmente também, por termos alcançado os três pontos, mas destaco a vitória na Charneca da Caparica (depois do que se passou na Costa), a vitória em casa com o Vasco da Gama (por ter sido no último minuto e por ter sido a equipa mais competente, a par do Fabril, que apanhamos ao longo da época) e sem dúvida a vitória em Alcochete na penúltima jornada (com dois jogadores a menos e a felicidade e mestria de um jogador com idade júnior em conseguir fazer dois golos nos minutos finais que nos deram a vitória).

 

Na próxima época vai continuar na Costa de Caparica?

Por respeito ao clube e à direcção, penso que não me cabe a mim anunciar numa entrevista a minha saída ou a minha continuidade. Aqueles que trabalham próximo de nós sabem o que queremos e como queremos para o futuro, mas reforço, o anúncio deverá partir do clube e não do treinador.

 

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