FUTEBOL»» A impressão digital do treino. Vem aí uma revolução? - JORNAL DE DESPORTO

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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

FUTEBOL»» A impressão digital do treino. Vem aí uma revolução?

V. Guimarães aplica-a com limitações e Rio Ave também se mostra interessado…

EM PORTUGAL APENAS É UTILIZADA PELO BENFICA, SPORTING, FC PORTO, BRAGA E MARÍTIMO


O jornal “O Jogo” diz na sua edição de hoje que os coletes compram-se em caixas de 10 e cada uma custa 23 mil euros. Equipar todo o plantel ascende aos 70 mil euros. E depois falta a tecnologia de monitorização

"A tecnologia avança a grande escala em todos os aspectos da nossa vida e, no bonito jogo que é o nosso futebol, não é excepção. O uso de dispositivos electrónicos para monitorizar o desempenho e recolher dados sobre os jogadores e suas performances em campo é um exemplo. (...) Várias requisições já foram feitas e, depois de um período experimental levado a cabo em 2015, a FIFA publica os termos da aprovação do uso dos respectivos mecanismos, embora a aprovação final dependa de cada um dos países associados." Este comunicado (mais uns quantos termos e notas reguladoras) foi enviado a 8 de Julho pela FIFA a todos os países federados, Portugal incluído. A tecnologia GPS associada ao futebol, que há 15 anos servia, de forma regular, apenas para recolher dados sobre os desempenhos físicos dos atletas em altura de pré-época, poderá agora ser utilizada em jogo. Neste hiato temporal, muito mudou. A tecnologia não deixou de ser conhecida por GPS, mas avalia muitos parâmetros além dos físicos. E, com a ajuda de recursos humanos especializados, permite ainda avaliar a qualidade do treino, perceber com que frequência e qualidade se dá a interacção entre jogadores ou reconhecer comportamentos tácticos e perceber se a equipa está a assimilar o que o treinador pretende. Tudo em tempo real.


 Na apresentação do FC Porto, por exemplo, o Villarreal apresentou todo os seus jogadores com equipamentos GPS. Os dragões também o fizeram durante quase toda a pré-época, especialmente no treino. Em Portugal, só os grandes, o Braga e o Marítimo têm material suficiente para monitorizar todos os jogadores, durante todos os treinos. O V. Guimarães também já trabalha com este material, embora com maiores limitações, e nos últimos dias foi o Rio Ave a mostrar-se interessado em comprar.

O JOGO conversou com Bruno Gonçalves, do Creativelab CIDESD, gabinete liderado por Jaime Sampaio, que em Vila Real desenvolve trabalho com esta tecnologia, investiga a sua utilização e foi pioneiro em Portugal a "desmontá-lo". Foi ele que nos explicou todas as dimensões que o colete de que se fala pode avaliar. "



1 Dimensão fisiológica
"O GPS acomoda o cardiofrequencímetro, que revela dados da frequência cardíaca. Quando se faz o download, também saem esses dados, associados à intensidade fisiológica dos exercícios", explica-nos. É a dimensão mais prática e acessível. Até no treino sem competição há indivíduos que gostam de se monitorizar. "Ajuda ao controlo das cargas de treino", completa.

2 Dimensão física/muscular
"Medem-se as distâncias percorridas, a intensidade, sprints, número de impactos, mudanças de direcção, etc. Tudo que é físico pode ser avaliado", responde Bruno Gonçalves. "O número grande de variáveis complica o trabalho, porque nem sempre é fácil limitar as variáveis que traduzem aquilo que se pretende saber", adverte, porém.

3 Dimensão táctica
"A melhor forma de seduzir os treinadores é aportar indicadores tácticos. O GPS processa os dados posicionais e a variação deles dá-nos o resto. Temos o posicionamento do jogador ao longo do tempo e isso é relevante tacticamente, quanto às decisões face ao que o jogo ou treino apresenta. Há possibilidade de rastrear a bola, com um chip, mas neste momento isso faz-se com recursos às filmagens em tempo real", detalha.

I Liga disputada por duas multinacionais

A Catapult (Austrália) e Statsports (Itália) são as marcas mais famosas e procuradas pelos clubes no que respeita à produção desta tecnologia. FC Porto, Sporting, Braga e Marítimo são clientes da Catapult. O Benfica trabalha com a Statsports. As equipas técnicas têm recolhido formação dada por investigadores da área e todos estes clubes têm já um departamento próprio para recolher e tratar a informação para apresentar ao treinador.

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