ARRENTELA ESTÁ DE REGRESSO À 1.ª DIVISÃO DISTRITAL - JORNAL DE DESPORTO

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quarta-feira, 5 de junho de 2013

ARRENTELA ESTÁ DE REGRESSO À 1.ª DIVISÃO DISTRITAL

FUTEBOL»» José Carlos Santos cumpre objectivo 

 “É inteiramente justa a subida do Arrentela”


  O Atlético Clube de Arrentela está de volta ao Campeonato Distrital da 1.ª Divisão.

O feito foi alcançado esta temporada pela mão do treinador José Carlos Santos, naquela que foi a sua primeira experiência no futebol sénior depois de alguns anos a trabalhar com sucesso junto das camadas jovens. A tarefa não foi fácil de conseguir devido essencialmente à qualidade do U. Santiago e à luta dada pelo Banheirense e Quinta do Conde, que foram adversários à altura.

Com uma equipa mesclada de jovens irreverentes com alguns jogadores mais experientes, como é o caso de Tozé e Nascimento, que marcou 27 golos em 26 jogos [melhor que Jackson Martinez], o clube arrentelense que se havia assumido como candidato desde o início acabou por concretizar o seu objectivo apenas na última jornada facto que terá certamente tornado ainda mais saborosa a promoção.

Para ficarmos mais por dentro daquilo que foi a temporada do clube no Campeonato Distrital da 2.ª Divisão fomos ao encontro do seu treinador José Carlos Santos que já chegou a acordo com o clube para a sua continuidade.

"Susto que apanhámos funcionou como alerta" 

No ano de estreia no futebol sénior conseguiu uma subida de divisão. Como se sente, neste momento? 
Obviamente que tenho que me sentir bem. Para quem nunca tinha treinado seniores, se calhar nos primeiros treinos e nas primeiras abordagens à equipa senti que poderia não estar à altura para isso. Mas, rapidamente verifiquei que o futebol é igual de qualquer maneira, apenas temos que saber gerir os recursos (jogadores), saber respeitá-los e falar-lhes de forma diferente porque não é a mesma coisa falar para um sénior do que falar para um juvenil ou um júnior. Mas consegui de uma forma muito rápida adaptar-me e, nesse sentido, tive também a ajuda dos meus dois adjuntos, que com uma experiência totalmente diferente da minha em termos de futebol sénior me conseguiram ajudar e fazer a integração e acabou por ser positivo.


O campeonato foi muito competitivo com a decisão da subida a consumar-se apenas na última jornada.

Sobre isso tenho uma opinião pessoal. Há quem diga que a segunda fase é que conta, mas eu penso que não é assim. Se o campeonato tem duas fases é porque a AF Setúbal quer que tenha duas fases e o campeão e o vice-campeão não pode ser um da primeira e outro da segunda fase. O campeonato é uma prova de regularidade, onde se passa da primeira para a segunda fase com metade dos pontos. Nós fizemos uma primeira fase melhor que a segunda. Depois tivemos alguns problemas com lesões, um ou outro castigo e as coisas não correram da mesma forma. Tal como reconheço que o título de campeão está bem entregue ao U. Santiago porque foi a equipa mais forte acho também é de inteiramente justa a subida do Arrentela porque foi a segunda equipa mais forte ao conseguir os pontos necessários para a subida.

Estava à espera que a decisão final acontecesse apenas ao cair do pano? 
Entrámos na segunda fase com quatro pontos de avanço e terminámos apenas com um. Na verdade quando perdemos o primeiro jogo no campo do Banheirense apanhámos um pequeno susto que funcionou como um alerta devido à forte concorrência do Banheirense e da ADQC. A diferença de um ponto no final dá a sensação de que houve um equilíbrio muito grande mas nós fomos superiores em relação à equipa que ficou em 3.º lugar porque em quatro jogos, ganhámos dois, empatámos um e perdemos o outro num jogo onde jogámos desfalcadíssimos.

"O que contribuiu para o sucesso foi a qualidade colectiva" 

Houve algum destaque individual na equipa ou ela valeu pelo seu conjunto? 
Quem me conhece sabe que raramente individualizo porque dou uma importância muito grande ao colectivo. Mas, como vim da formação sinto-me satisfeito por ter lançado alguns jovens e as coisas terem corrido bem. Fizemos muitos jogos na época com três seniores de primeiro ano a titular num campeonato tão difícil como este. Porém, a irreverência da juventude aliada à experiência e matreirice de outros jogadores mais experientes deu origem a um grupo muito forte. O que contribuiu para o sucesso da subida não foi só a qualidade individual dos jogadores mas sobretudo a qualidade colectiva que se foi construindo através do excelente ambiente vivido no balneário.

 Como é que as gentes da Arrentela viveram esta subida de divisão? 

Eu conhecia o Arrentela quando ali me deslocava para o defrontar e a ideia com que fiquei é que se calhar a maior parte das pessoas não dá teoricamente a importância que deveria dar também à equipa de seniores e não apenas aos juniores e juvenis. Portanto, em termos de apoios, posso dizer que esta equipa teve sempre o apoio do presidente da e mais algumas pessoas que nem fazem parte da direcção como é o caso do Beta e do Edgar, para além dos roupeiros que foram sempre dedicados à equipa bem como os massagistas. Agora, as gentes da Arrentela não passaram ao lado, mas quase. Na 1.ª Divisão acredito que possa ser diferente. Com a visita de outras equipas pode ser que o bichinho que tem andado adormecido, desperte.

Algum facto que importe ainda salientar relativo a esta época? 
Dizer que o objectivo que estava traçado foi atingido e que as condições de trabalho, apesar do clube viver com algumas dificuldades, não são nada más. Aliás, em alguns aspectos são muito boas. Temos um excelente relvado, uma rouparia sempre disponível, massagistas, balneários com qualidade, nas deslocações temos o vermelhão (autocarro) e o ambiente foi sempre muito bom. A nossa maior dificuldade foi quando começou a segunda fase com as lesões e os castigos que nos fizeram tremer um pouco. Em relação à equipa que comandei quero realçar o facto de ter tido a sorte de contar com a ajuda do Félix e do Artur que foram também peças fundamentais no caminho para o sucesso.

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