MARCO BICHO»» Coordenador da formação do Barreirense - JORNAL DE DESPORTO

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quinta-feira, 24 de julho de 2025

MARCO BICHO»» Coordenador da formação do Barreirense

Pai e filho na vida mas rivais dentro do campo ...

 


 

“GOSTO MUITO DA EXPRESSÃO ‘FORMAR A GANHAR’ MAS PARA MIM O ‘FORMAR’ VEM SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR”

 



Marco Bicho, que foi escolhido para substituir Dinis Sousa que ingressou no Belenenses, sente-se orgulhoso e altamente motivado com o desafio que lhe foi lançado.

 


 

 


Teve uma carreira brilhante como jogador profissional de futebol e ultimamente tem passado mais tempo a treinar equipas seniores mas o Barreirense resolveu apostar nele para coordenar o seu futebol de formação que é uma das grandes referências da região.  

  

 



O que representa para si este regresso ao Barreirense?

É um regresso após 20 anos, e encontro um clube diferente, como é natural, mas que acima de tudo continua a ser o Barreirense. E isso, para mim, é motivo de orgulho. Perceber que há tanta gente que me apoia nesta nova etapa deixou-me extremamente orgulhoso e motivado para este desafio.


 

Quais os escalões que vão estar sobre a sua coordenação?

Vou trabalhar principalmente com os escalões de futebol de 11, mas estou sempre disponível para colaborar com todas as áreas da formação. Estou pronto para ajudar e para trabalhar com todos os escalões, sempre com o objetivo de contribuir para o crescimento dos jovens atletas.


 

A experiência que tem no futebol é importante para o desempenho destas funções?

Sem dúvida. A experiência que tenho no futebol, quer como treinador, quer como alguém envolvido diretamente na formação, é muito importante. Para além disso, ser pai de um jovem atleta que pratica futebol há vários anos também me dá uma perspetiva ainda mais próxima da realidade da formação. A minha formação académica está também muito ligada a esta área, o que reforça ainda mais a preparação para estas funções.


 

São funções diferentes daquelas que ultimamente tem desempenhado. Está confiante no trabalho que vai desenvolver e na responsabilidade que vai ter?

Em tudo o que faço, entro com confiança. Não gosto de andar em bicos de pés, nem me acho melhor do que ninguém. Mas acredito nas minhas capacidades e entro com ambição. O objetivo é claro: desenvolver um trabalho de qualidade. Ninguém faz nada sozinho, todos somos importantes neste processo. Quanto à responsabilidade, considero-a um sinal positivo. Quando alguém assume um cargo com responsabilidade, é porque há confiança depositada em nós. E isso é um orgulho. A responsabilidade obriga-nos a ter ainda mais respeito pelo Barreirense, pelo seu passado, pelo presente e, sobretudo, pelo futuro.


 

Há alguma mensagem que queira deixar aos associados e adeptos do clube?

Quero dizer que estarei no Barreirense como coordenador da formação, e o meu foco será, acima de tudo, formar. Gosto muito da expressão “formar a ganhar”, mas para mim o “formar” vem sempre em primeiro lugar. Acredito que, quando formamos bem, o ganhar acaba por ser uma consequência natural. O Barreirense tem todo o potencial para isso. Sabemos que há outras equipas, não jogamos sozinhos, mas acredito sinceramente que temos capacidade para fazer um excelente trabalho. O que peço aos adeptos, associados e também aos pais dos jovens atletas é que estejam sempre presentes e disponíveis para apoiar os nossos jovens. Eles são o futuro do clube.


 

MARCO ESTÁ NO BARREIRENSE E KEVIN JOGA NO FABRIL


 

"Pai e filho na vida mas rivais dentro do campo"

 

 



Marco Bicho diz que somos um país cheio de talento mas perdemos tempo com pequenas guerras e atitudes que não servem o crescimento do futebol. A rivalidade vive-se com paixão no campo mas com amor fora dele.

 


Não sou milagreiro, mas é tempo de haver mais união e transparência nas equipas de futebol do Barreiro, do distrito de Setúbal e de Portugal inteiro. Somos um país cheio de talento - jogadores, treinadores, dirigentes, árbitros, pais e adeptos, mas perdemos tempo com guerras pequenas e atitudes que não servem o crescimento do futebol. Tenho uma enorme gratidão pelo Barreirense, o clube que mais anos representei e que me lançou no futebol profissional. Foi ali que cresci como jogador e como homem. Por isso, falo com o coração, mas também com a responsabilidade de quem vive o futebol por dentro há muitos anos.

 


Todos partilhamos vídeos do Manuel Fernandes e do Humberto Coelho, dois símbolos de clubes rivais, a darem o exemplo de fair play. Se eles, que viveram a rivalidade no auge, conseguem demonstrar respeito e amizade, porque não conseguimos nós fazer o mesmo. E nem preciso ir longe para dar um exemplo pessoal.

 


O meu filho [Kevin Bicho] joga no Fabril e eu estou no Barreirense. Vai chegar o dia em que nos vamos defrontar. Ele vai querer ganhar ao pai, claro. Mas eu também vou querer ganhar ao filho. Já imagino o Barreirense a vencer o Fabril e ele a não me falar durante uma semana - ou pior, a embirrar comigo à mesa. Mas é isso que torna o futebol bonito: a rivalidade vive-se com paixão no campo, e com amor fora dele.


 

Os jogos ganham-se dentro de campo. A rivalidade e o respeito mantêm-se fora dele. As amizades não se perdem por causa de um resultado. Se queremos formar jogadores com futuro, temos de ser nós os primeiros a dar o exemplo. O futebol precisa de menos guerra e mais verdade, mais cooperação, mais humildade, mais responsabilidade, mais união, mais respeito e mais valores. Talento não nos falta, mas sem valores o talento nunca chega a ser grandeza.

 

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