Entrevista ao presidente Bruno Grazina ...
“O CLUBE PRECISA DE CREDIBILIDADE E ESTABILIDADE, NÃO DE SOLUÇÕES POPULISTAS”
Otimizámos o clube a nível financeiro, recuperámos credibilidade institucional e limpámos muitas feridas antigas, mas ainda há muito por fazer”, diz Bruno Grazina.
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Bruno Grazina, que é presidente do clube há um ano, fez o balanço do trabalho desenvolvido e deixou as suas perspectivas para o futuro.
A época passada não foi famosa para a equipa de futebol sénior do Pinhalnovense. Que balanço faz e quais as razões que contribuíram para isso?
É verdade que os resultados da época passada ficaram aquém das expectativas, não vale a pena escamotear isso. O Pinhalnovense é um clube com história, identidade e uma massa associativa exigente, sentimos naturalmente o peso da descida mas sentimos várias dificuldades estruturais e financeiras herdadas do passado. Deixámos de ter protocolos de cedência do nosso campo que implicou uma quebra de receitas na ordem dos 30 000€, que obrigou a uma gestão rigorosa e contida. Tivemos de construir uma equipa com um orçamento anual de 16 200€; ou seja, com recursos bastante limitados. Os jogadores representaram o clube sem receber nada em troca, sendo de valorizar a sua entrega e compromisso. Competimos com equipas com outras realidades, tivemos muita falta de sorte em momentos chave e a equipa entrou numa espiral de falta de confiança que se refletiu inevitavelmente no rendimento desportivo. Ainda assim, conseguimos criar um grupo muito unido, terminar o campeonato com duas vitórias e reforçar a cultura de entrega e compromisso que queremos para o clube. Descemos de divisão, mas de cabeça levantada e olhos postos no futuro.
Apesar da descida de divisão o clube continua a apostar na continuidade do treinador Nuno Pinto. Porquê?
Porque acreditamos na competência, na seriedade e na paixão com que o Nuno Pinto abraçou o projeto. É fácil mudar de treinador quando os resultados não aparecem, mas nós optámos pela estabilidade e pela coerência. O Nuno conhece o balneário, conhece a realidade do clube e é um treinador que não tem medo de lançar jovens, estando assim alinhado com os nossos objetivos para o futuro. Mais do que nunca, o Pinhalnovense precisa de credibilidade e estabilidade, não de soluções imediatistas e populistas.
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Sim, esse é o objetivo desportivo principal da equipa sénior. Mas queremos mais do que subir: queremos criar bases sólidas para garantir que o regresso é sustentável. Vamos entrar na época com humildade, mas também com ambição. Estamos a construir um plantel equilibrado e competitivo, mantendo o rigor financeiro. Iremos manter a base da equipa que terminou o campeonato e com alguns reforços seremos sérios candidatos ao regresso à 1.ª Divisão Distrital.
Para quando está marcado o início dos trabalhos e em que competições vão participar?
Os treinos de captações irão decorrer de 28 de Julho a 1 de Agosto. A pré-época começa oficialmente a 4 de Agosto e vamos participar na Taça AF Setúbal porque encaramos esta competição como uma excelente oportunidade para preparar a equipa e medir forças com adversários de qualidade. Vamos entrar com o máximo de seriedade e vontade de vencer.
Em relação aos escalões de formação, está tudo a decorrer da forma desejada?
A formação é o coração do clube. O principal objetivo dos escalões de formação é desenvolver atletas com valores desportivos e humanos que no futuro sejam capazes de integrar a equipa sénior, mas tal objetivo não é de concretização imediata. O que estamos a construir nos escalões jovens é um processo contínuo, naturalmente com desafios. Para muitos miúdos, o Pinhalnovense é a primeira camisola, e queremos que seja também a mais marcante.
E em relação às outras modalidades?
Tivemos resultados de relevo na Ginástica e no Pool, as artes marciais (Kenpo, Taekwondo e Karaté) também tiveram boas participações em contexto competitivo e reestruturámos a secção de Basquetebol. Criámos as secções das Aulas de Grupo e de Xadrez e queremos continuar a dar passos importantes na diversificação da oferta desportiva, através dos projetos para criação de novas secções de Futsal, Ténis de Mesa, Capoeira e Basquetebol em Cadeira de Rodas. O objetivo é claro: tornar o Pinhalnovense num clube cada vez mais aberto, inclusivo e próximo da população.
O Bruno Grazina completou um ano como presidente do clube e tem ainda mais um pela frente. Conseguiu colocar em prática aquilo que desejava, o que se propõe fazer até ao final do mandato?
Este primeiro ano foi intenso, mas transformador. Otimizámos o clube a nível financeiro, recuperámos credibilidade institucional e limpámos muitas feridas antigas. Ainda há muito por fazer, sabemos disso. Até ao final do mandato, queremos continuar a consolidar financeiramente o clube, melhorar as condições estruturais e reforçar a identidade do Pinhalnovense. O projeto não se esgota nem se irá cumprir em apenas um ou dois anos mas mais do que títulos no imediato, o que me move é deixar uma estrutura mais forte e sustentável do que aquela que encontrei. Esse é o meu compromisso.
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