TAÇA AFS»»Treinadores contestam regulamento - JORNAL DE DESPORTO

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

TAÇA AFS»»Treinadores contestam regulamento

Esta é a grande interrogação…

COMO É POSSÍVEL SEGUIR EM FRENTE NA COMPETIÇÃO UMA EQUIPA QUE PERDEU NO CONFRONTO DIRECTO 

Em declarações prestadas ao JORNAL DE DESPORTO, alguns treinadores manifestaram o seu desagrado pela forma encontrada pela Associação de Futebol de Setúbal para definir o critério de desempate quando haja equipas empatadas em termos pontuais no final da fase de grupos.

Manuel Correia, treinador do Desportivo Fabril, é uma das vozes mais discordantes referindo que, neste caso, não faz sentido passar à fase seguinte a equipa que perdeu em detrimento da que ganhou no confronto directo.

O treinador, de 53 anos, que orientou o Chaves na I Liga e diversas equipas na II Liga [U. Lamas, Penafiel, Felgueiras, Aves, Ovarense e Vizela] chama também a atenção para outros pormenores que, se forem corrigidos, podem vir a melhorar o futebol distrital, como é o caso por exemplo dos cartões amarelos não contarem para a penalização dos jogadores.

Outro dos treinadores que não concorda com o critério de desempate estabelecido no Regulamento da Taça é Alfredo Almeida, do Alfarim.


MANUEL CORREIA, treinador do Fabril:
“Entendam isto como uma crítica construtiva”

“O que vou dizer é uma crítica, mas uma crítica desportiva construtiva em primeiro lugar à AF Setúbal. Não sei se eles leem o blog, mas se não leem acho que o deviam fazer. Se as pessoas quiserem aprender com quem anda no futebol há muito tempo que o façam caso contrário vão continuar certamente a fazer coisas que não devem.

Não é possível que uma equipa que chega ao fim da fase de grupos de uma taça como esta disputada a uma mão em caso de igualdade pontual passe à fase seguinte a equipa que perdeu. Isto é impensável no futebol. Portanto, acho que deveriam pensar nisto. Quem faz uma coisa desta é porque nunca esteve no futebol. Alguns inteligentes podem dizer que o Fabril poderia ter vantagem pelo facto de jogar em casa com o Beira Mar de Almada mas isso são coisas do sorteio porque o Beira Mar de Almada também teve a vantagem de jogar em casa com o Oriental Dragon a quem ganhou por 7-2. Se o Fabril também jogasse em casa com eles se calhar as coisas tinham-se invertido. Sorteio é sorteio, mas não é possível uma equipa que perca com a outra e chegue ao fim com os mesmos pontos seja apurada e não passar a que ganhou.

Como disse, esta é uma crítica construtiva para no futuro as pessoas pensarem ou pedirem opinião a quem está no futebol e não pensarem da forma que é menos correcta. Não basta na semana decisiva chamarem a atenção para o regulamento e reforçar que a primeira regra de desempate é a melhor diferença entre golos marcados e sofridos. Se as pessoas quiserem ser inteligentes e pensarem veem que as coisas deveriam realmente ser assim. Se não quiserem, que continuem na ignorância como têm andado muitas vezes as coisas no futebol português.



“Nós, treinadores e árbitros, não devemos permitir
que os jogos estejam constantemente parados”

Outra crítica, e isto tive oportunidade de dizer ao árbitro, se nós queremos que o futebol distrital seja mais positivo [e aqui falo também para os treinadores] não é possível haver tão pouco tempo útil de jogo. O jogo não pode estar parado tanto tempo e faço um apelo também ao Conselho de Arbitragem e aos Núcleos de Árbitros para que não permitam estas situações, porque isto não é bom para o futebol distrital. Actualmente já jogam no nosso Distrital excelentes jogadores, uns jovens e outros menos jovens. O fim da 3.ª Divisão deu origem a isso. Neste caso, o Beira Mar de Almada tem excelentes jogadores, é uma equipa organizada mas não é possível, nós treinadores e árbitros, permitir que os jogos estejam constantemente parados.

“Penalização dos amarelos, sim ou não?”

E, outra coisa, mas aqui já não tem a ver propriamente com a arbitragem distrital mas sim com a arbitragem nacional. É mau para o futebol os cartões amarelos, quer seja no distrital ou no CNS, não acumularem para castigo. É mau porque acontecem situações em que quase todos os jogadores de algumas equipas são amarelados propositadamente para travar e parar contra-ataques, para matar o ritmo do jogo. Isto não devia ser permitido. Estou a chamar a atenção deste pormenor porque isto vai acontece na maior parte dos jogos do campeonato distrital. Se nós zelamos, como eu zelo, para que o nosso futebol seja melhor temos que ter em atenção a todos estes pormenores. Como já disse há no distrital jogadores jovens com grande capacidade e equipas que podem jogar muito mais mas este tipo de situações não devem ser permitidas. Este é um alerta que deixo para este campeonato distrital, para os árbitros não permitam este tipo de coisas porque quem fica a perder somos todos nós, treinadores e jogadores. Como já referi, esta é uma crítica construtiva. Quem for inteligente sabe que eu estou a dizer a verdade, quem não quiser e optar por continuar nesta madorna que continue”.



ALFREDO ALMEIDA, treinador do Alfarim:
“Não consigo perceber porque não entra no critério
de desempate o confronto direto entre as equipas”

“Em primeiro lugar e sem hipocrisia alguma, porque isso não faz parte do meu carácter, quero dar os meus sinceros parabéns ao Comércio e Indústria e ao Costa de Caparica porque se estão na próxima fase é porque tem valor para tal.

No entanto, gostava de tentar perceber qual o critério da AF Setúbal ao desenvolver este regulamento de desempate. Se o objetivo é a taça ser uma festa virada para o golo e se valoriza o golo, até consigo perceber. O que não consigo perceber é porque não entra no critério o confronto direto entre as equipas que terminem empatadas.

Este facto causa alguma estranheza. Penso ser algo a rectificar no futuro. Não falo só pelo Alfarim mas por todas equipas. Este ano, o Alfarim ficou para traz na taça com os mesmos pontos dos Pescadores e com a mesma diferença de golos (+2) mas com a vitória sobre eles. Aqui fica o registo para que no futuro possa ser feita uma reflexão para análise.

Outras das coisas que deveriam ter em conta para melhorar a qualidade de jogo nos nossos campeonatos era rever a questão dos cartões amarelos. O facto de não contarem para castigos beneficia claramente o infractor, tira credibilidade ao jogo e responsabilidade ao atleta.

Gostaria ainda de dizer que não faço regulamentos mas respeito-os.


E, para terminar, voltar a dizer que se o Costa de Caparica e o Comércio e Indústria [assim como as outras seis equipas] estão na próxima fase é porque merecem. Parabéns aos dois porque conseguiram ser melhores que o Alfarim, dentro do regulamento imposto. Felicidades a ambos na próxima fase”. 

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