Eusébio homenageado na tertúlia do Barbas, na Costa de Caparica - JORNAL DE DESPORTO

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Eusébio homenageado na tertúlia do Barbas, na Costa de Caparica

Rui Gomes da Silva, vice-presidente do Benfica:


“Panteão Nacional passará a ser um
dos monumentos mais visitados de Lisboa”

Rui Gomes da Silva, no uso da palavra...
A ida de Eusébio para o Panteão Nacional não é uma homenagem que se faz ao Eusébio mas sim um favor que Eusébio faz ao Panteão Nacional porque a partir da altura em que ele lá estiver passará certamente a ser um dos monumentos mais visitados em Lisboa”, disse Rui Gomes da Silva na homenagem ao Pantera Negra realizada no Restaurante O Barbas Tertúlia, na Costa de Caparica.

A iniciativa de Paulo Edson Cunha, vereador da Câmara Municipal do Seixal, contou também com a presença do vice-presidente do Benfica, Domingos Almeida Lima; dos ex-companheiros de equipa, José Augusto, Artur Santos, Palmeiro Antunes; do deputado centrista, José Ribeiro e Castro (que abdicou de ir ao congresso da CDS); do músico, António Manuel Ribeiro (UHF) e do apresentador, Fernando Alvim que moderou o colóquio.

Para além da inegável categoria do “rei” como jogador foi também realçada a sua qualidade humana. “Não gostava de fazer mal a ninguém” afirmou Palmeiro Antunes que lhe “chamava primeiro-ministro porque resolvia tudo”. Palmeiro Antunes contou também a história de uma proposta de um contrato com a Adidas que ele recusou. “Eusébio jogou no Mundial de 66 com a marca Puma e eu como era representante da Adidas disse-lhe, tens que mudar. Poderia ter ganho uma fortuna, naquele tempo. A Adidas ia lançar cinco modelos de botas e ele ia ganhar um marco em cada par de botas. Portugal importava 45 mil, mas o contrato não era só para o nosso país era para todo o mundo. Resposta dele, então eu quero o dinheiro todo de uma vez. É claro que o contrato não se realizou embora tivesse passado a jogar com botas Adidas até ao fim da sua carreira. Resultado, quem ficou a lucrar com isso foi a Adidas”.

O magriço José Augusto guarda também muitas recordações de Eusébio que “foi um óptimo colega e era bastante disciplinado. Jamais se apagará da minha memória. Quando ele chegou ao Benfica nós já lá estávamos e então ele tratava-me por senhor. Tive que lhe dizer, tira lá o senhor porque aqui somos todos iguais”. Outra situação abordada por José Augusto teve a ver com o que se passou após as primeiras semanas de treino. “Nós, vimos logo que ele tinha todas as qualidades para se tornar titular na equipa e no balneário comentávamos; um de nós vai ter sair. Foi o que aconteceu ao Santana”.

“Tinha um grande respeito pelo José Augusto”

Da esquerda para a direita; Palmeiro Antunes, Artur Santos, Almeida Lima, 
António Manuel Ribeiro, José Augusto, Fernando Alvim, Rui Gomes da Silva
e Paulo Edson Cunha
Histórias curiosas foram contadas também por João, o seu barbeiro de sempre que se emocionou ao ponto de deixar escapar algumas lágrimas enquanto falava.
Chegou a Lisboa no dia 15 de Dezembro e eu cortei-lhe o cabelo no dia 16. Fui sempre o seu barbeiro até à véspera de ter morrido. Há só uma palavra para o classificar: humano. Nunca mentiu, nem nunca fez mal a ninguém, durante a sua vida respeitou sempre toda a gente. Eu era, e sou, sportinguista mas às segundas-feiras juntavam-se muitos jogadores do Benfica na barbearia que tinha um pequeno bar. Ele tinha um grande respeito pelo José Augusto, um belo dia chegou e perguntou-me se ele já tinha chegado e eu disse-lhe que não. Então dá-me um gin tónico antes que ele venha. Isto repetia-se muitas vezes mas quando ele chegava o copo desaparecia logo”.

A popularidade e as tertúlias no Barbas

Grande parte do meu benfiquismo está associado à grande figura que foi Eusébio”, disse a propósito o vice-presidente encarnado Domingos Almeida Lima. “Para mim, há duas figuras míticas que contribuíram para que o Benfica fosse aquilo que é: uma delas é o José Maria Nicolau e a outra o Eusébio, pela sua ligação popular, pelas suas próprias características e simplicidade. Nenhum outro clube em Portugal tem a mesma ligação à base popular que tem o Benfica. Para além do grande campeão que foi Eusébio teve também uma ligação tremenda ao povo e foi um dos símbolos mais populares do nosso país”.

O vocalista dos UHF, António Manuel Ribeiro afirmou por sua vez que “no dia em que lançámos o disco “Somos Benfica” tive a oportunidade de juntar as duas pessoas que me fizeram benfiquista; o meu pai (que estava muito doente) e o Eusébio que foi a “chama imensa” (como diz a canção). Depois, uns anos mais tarde, o João Malheiro arranjou, no antigo Barbas, uma tertúlia onde se juntavam benfiquistas, sportinguistas, velhas glórias, treinadores de futebol, homens da imprensa, música, rádio e televisão. O Eusébio e o Hilário tiveram os diálogos mais bonitos que alguma vez ouvi no futebol”.

A sessão terminou com a canção de António Manuel Ribeiro “Nação Benfica” tornada pública no dia em que Portugal se despediu do “king”.

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